colunista

Alari Romariz

Alari Romariz atuou por vários anos no Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa de Alagoas e ganhou notoriedade ao denunciar esquemas de corrupção na folha de pagamento da casa em 1986

Conteúdo Opinativo

Amigos verdadeiros

15/08/2022 - 16:18

ACESSIBILIDADE


Conheci dois amigos que durante anos resistiram às intrigas políticas e foram juntos até o fim. Quando Divaldo estava para sair do governo, sofrendo ingratidões, encontrei Guilherme no aniversário de um amigo comum e ele me chamou para conversar. “Como poderemos ajudar nosso amigo”, disse ele. E aí, depois de um longo papo, chegamos à conclusão de que o caso era muito grave. Fizemos algumas tentativas, sem sucesso. Divaldo deixou o cargo abandonado pelos falsos amigos.

Desde pequena valorizo pessoas que se dão bem comigo. Ana Soriano, minha amiga querida desde os doze anos de idade, foi um exemplo de compreensão, amor e carinho. Nas horas difíceis, minhas e dela, sempre encontrávamos um caminho para o bom entendimento. Hoje, fui atendida pela Dra. Ana Katarina, da Renal Center, filha de Ana Soriano, minha sobrinha do coração. Creio que não precisa exemplo maior através dos tempos.

Um fator que impede a aproximação de pessoas é a política. Já vi tio romper com sobrinho, irmãos brigarem e se afastarem, tudo motivado por divergências políticas.

Em família há rompimentos por causa de heranças. Casos de morte aconteceram pelo que foi deixado sem a devida orientação dos pais. Uma grande família, aqui em Alagoas, ainda hoje briga pelos bens que vieram dos mais velhos. Já morreram alguns netos, mas, a briga continua.

Conheci um casal que era muito amigo de um governador, meio louco, que veio “salvar” Alagoas. Os dois casais viajavam juntos e até os médicos deles eram os mesmos, no Rio de Janeiro. Pois bem, o político expôs a vida do amigo, chamando-o de “Marajá” e colocando sua figura nas TVs e jornais do país inteiro. E a amizade foi pro ralo! Um já morreu e o outro está vivo, querendo ser novamente governador do Estado.

Nas minhas experiências, tive dois amigos que me ajudaram quando fui massacrada por alguns na minha saída do Sindicato da Assembleia. Não vou citar nomes, mas ainda hoje, sempre que posso, retribuo aos dois em tudo que estiver ao meu alcance. Luto por eles abertamente.

Soube pela manhã que morreu uma grande amiga em Vitória do Espírito Santo. Ela chegou aqui, foi residir na Vila Militar do Farol, sem conhecer ninguém. Conversávamos no muro que separava nossas casas e chorávamos juntas em nossas dificuldades. Quando, por conta do meu trabalho na Assembleia, não conseguia pegar meus filhos no colégio, ligava para ela, que me socorria. Ajudávamo-nos mutuamente. Deus a tenha em bom lugar, Ieda Periard Soares.

Evito citar muito os nomes de pessoas queridas que conviveram conosco durante dezenas de anos porque corro o risco de esquecer de alguns e não quero ser injusta. Entretanto, alguns casos são dignos de nota.

Na família, pensei que tinha muitos amigos e tentei ser útil a todos eles, na medida do possível. Infelizmente, fui abandonada por alguns em horas difíceis. Apesar de não ser tão religiosa, rezo por todos eles e peço a Deus que os faça bem felizes, com muita saúde. Mas, longe de mim e perto dos que os amam.

Estou aposentada, entretanto trabalho pelo bem do servidor do Legislativo alagoano. Fico injuriada quando vejo os patrões cometerem injustiças ou quando o “Velho Sindicato” corre perigo. Por conta disso, agrado a uns e desagrado a outros. Contudo, não desisto. A luta continua.

Fico feliz com o número de amigos que tenho. Eles me fazem bem, me alegram, me rejuvenescem. Daí então, agradeço a Deus por todos eles.

Aos que estão afastados, meus respeitos. Desejos de muita paz e muita sinceridade. Talvez a errada seja eu, mas, continuo com a mesma opinião.

Para meus leitores, um grande abraço da cronista irreverente, entretanto verdadeira. Escrevo o que penso, o que vejo, o que sinto, o que vivo e vivi.

Espero que todos tenham pelo menos, um amigo verdadeiro!

Deus existe, não duvidem!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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