colunista

Alari Romariz

Alari Romariz atuou por vários anos no Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa de Alagoas e ganhou notoriedade ao denunciar esquemas de corrupção na folha de pagamento da casa em 1986

Conteúdo Opinativo

Precisamos escolher bem

10/11/2020 - 13:53

ACESSIBILIDADE


Mais uma vez chegou a hora de votar. No Brasil é um dilema bem grande saber quais são os melhores candidatos.
Moramos numa pequena cidade litorânea e a disputa para ser vereador ou prefeito é muito acirrada. Candidatos vêm de fora e resolvem procurar um espaço para legislar numa cidadezinha localizada a 25 quilômetros da capital. Se eleitos, podem morar em Maceió e vir às sessões da Câmara Municipal, uma vez por semana. Outros nasceram em Paripueira e acham que podem fazer algo pelo torrão onde nasceram. São 53 candidatos concorrendo a nove vagas.

Entretanto, uns são ligados ao governo municipal e outros fazem oposição aos “donos do lugar”. É preciso analisar bem as propostas e a qualidade de todos eles. Até o presente momento, não sei em quem votar.
Candidatos a prefeito são dois: um filho da terra, pequeno empresário, outrora balconista de uma lojinha, lutou muito e hoje, decorridos 20 anos, possui três bons estabelecimentos comerciais; só errou no apoio que aceitou de um político antigo e muito sabido. 

O outro, viveu grande parte da infância como veranista em Paripueira, filho de uma família tradicional e de posses, pretende ser o chefe político da zona norte das Alagoas. Educado, aparentemente simpático, elegeu a filha deputada estadual e a mulher prefeita da Barra de Santo Antônio. O atual prefeito, um nativo da cidade, foi criado por ele e fez um governo morno, obedecendo às ordens do moço rico, parecendo até que estava guardando a vaga do chefe. Se nós perguntarmos, fora da cidade, quem é o nosso prefeito, poucos saberão; o chefe político muito forte, obscureceu o gestor da municipalidade.

Como não gosto de votar em branco, até o momento atual não sei o que fazer. Votar no menino rico, mimado, crescido na região e muito vaidoso ou votar no moço pobre da cidade que escolheu um péssimo padrinho político? Francamente, não sei.

Em Maceió, a confusão é grande! Se o guia eleitoral apresenta os candidatos de maneira errada e divertida, o eleitor fica sem saber o que fazer. Há bons candidatos a vereador e não quero citar nomes, pois poderia esquecer de alguns. Conheço, dentre todos, políticos sérios: uns já foram vereadores, prefeitos, deputados estaduais ou federais. Se votasse em Maceió, já teria meu candidato ou candidata.

Para prefeito da capital, o embate está proporcionando aos eleitores situações interessantes. Governador e prefeito se uniram em torno de um nome bem provocativo. Já exerceu alguns cargos públicos. Foi promotor e procurador-geral de Justiça e secretário de Segurança. Apesar de estar bem nas pesquisas, não possui um bom programa eleitoral e sua voz é cansativa. Talvez seja um bom prefeito se chegar lá.

Depois vem um moço jovem, ex-deputado estadual, deputado federal, corajoso, afastou a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, abrindo por um momento, a caixa preta daquela Casa. Foi perseguido pelos companheiros e conseguiu ser o deputado federal alagoano mais bem votado. Se eu votasse em Maceió, talvez o escolhesse pela coragem que teve no Legislativo, apesar de ter pouca idade na época. 

Em terceiro lugar, vemos outro jovem, deputado estadual, inexperiente, filho de um antigo vereador. Seu programa eleitoral é o melhor de todos. Apoiado pelos parlamentares da Casa de Tavares Bastos, tem chance de ser prefeito.

Outros candidatos aparecem na corrida eleitoral e alguns nem são citados nas pesquisas, contudo nosso povo dificilmente escolhe os melhores.

Lutam os candidatos mais pobres por um Fundo Eleitoral desumano, que só cai nas mãos dos poderosos donos de partido. Enfim, vai continuar a compra de votos e vencerá quem usar mais dinheiro nas campanhas. Não existe idealismo, nem acordos fechados no fio do bigode.

Como vivemos numa democracia, precisamos escolher bem.
Pensem nisso...

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


Encontrou algum erro? Entre em contato