colunista

Alari Romariz

Alari Romariz atuou por vários anos no Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa de Alagoas e ganhou notoriedade ao denunciar esquemas de corrupção na folha de pagamento da casa em 1986

Conteúdo Opinativo

Silêncio nos bastidores

15/09/2020 - 14:50

ACESSIBILIDADE


O Brasil está vivendo tempos de instabilidade. Tudo que o presidente diz e faz é motivo de severas críticas. Apareceu na TV, recebe pauladas de boa parte da imprensa.

Votei no moço atualmente no poder pensando num país melhor, pois os dezesseis anos do Partido dos Trabalhadores deixaram o Brasil bem ruim. Esperanças surgiram de que acabaríamos com a corrupção. Enganei-me! Estão voltando os mesmos aliados ao Lula e à Dilma. O Centrão está no auge, trazendo com ele velhas raposas da política brasileira.

Difícil entender porque o governo federal não cassou a concessão da Rede Globo. A empresa deve fortunas ao Imposto de Renda, à Justiça do Trabalho e ao INSS. Foram feitos vários acordos baseados em tais dívidas, mas a Globo não paga, e ninguém mexe com ela. Bastava cortar as verbas federais que vão para os Marinho e o problema seria resolvido. Até hoje, não vi nenhum gestor corajoso cobrar as dívidas da emissora, inimiga ferrenha do Bolsonaro.

Posso até dizer, sem medo de errar, que o calcanhar de Aquiles do Bolsonaro são os filhos. Envolvidos na política há anos, ameaçam a vida política do pai. Um deles, Flávio, acusado de ser adepto das “rachadinhas”, todo dia é notícia na Rede Globo. No momento pediu à Justiça do Rio de Janeiro que seu processo corresse em sigilo.
Esse tipo de manipulação do dinheiro público, através de salários de comissionados divididos com os patrões, ocorre no Brasil todo. Em Alagoas já houve até crimes por causa desse tipo de propina, inventada aqui, na década de 70, por uma deputada já falecida. Foram feitas denúncias por pessoas envolvidas na “maracutaia” mas não deu em nada. A comprovação é difícil.

A falta de tato do presidente nas entrevistas concedidas diariamente e a aversão ao uso da máscara contra o vírus são pontos negativos para sua imagem. A imprensa provoca a fera e sai um bocado de tolice. Ele, o Bolsonaro, tem “pavio curto”. Perde as estribeiras e a desgraça está feita. 

Alguns ministros que não deixaram o governo, tentam fazer algo. Obras inacabadas, como a transposição do Rio São Francisco, estradas como a Cuiabá-Santarém, e ferrovias como a Norte-Sul, foram tocadas pelo ministro da Infraestrutura. A responsável pela pasta da Agricultura também faz um bom trabalho; prometeu investir no Nordeste; Deus queira que faça isto. O Paulo Guedes luta com unhas e dentes para equilibrar as finanças; está na corda bamba por conta das despesas do coronavírus; o presidente já o desautorizou publicamente. Outros não se destacam, mas são obedientes.

Fato estranho é o silêncio das Forças Armadas. A imprensa ataca abertamente os militares e o único que ainda responde é o general Heleno. De uma maneira geral, parece até que elas não apoiam o atual governo. Na minha humilde opinião, a imprensa e a oposição tentam desestabilizar o governo.

Outro fato positivo é atuação do vice-presidente. Ele se comporta como bom subcomandante de um quartel. Fala pouco, não critica o chefe, embora nem sempre concorde com ele. Mas não deixa transparecer. Acredito no Mourão.

A ajuda complementar que o governo concede às pessoas carentes virou fato político. O ministro da Economia tornou-se mágico: não sei de onde retira tanto dinheiro, mas tudo isso servirá para reeleger o presidente. Reconheço ser uma ajuda valiosa para os pobres, contudo existe muita gente se aproveitando indevidamente da pequena quantia.

O Congresso Nacional e o STF lutam contra o Poder Executivo. A mais recente piada foi obrigar as Forças Armadas a informar o que estão fazendo na Amazônia. Vejo militares ali expondo suas vidas pela floresta, contraindo doenças, tipo malária, socorrendo populações, salvando vidas, ocupando o território e o mais importante: com pouquíssimas verbas.

Conforme analisamos o desenrolar dos acontecimentos atuais, detectamos pontos positivos e negativos; rezamos para que tudo dê certo e consigamos minorar a corrupção, melhorar a qualidade de vida do povo, prender os ladrões do dinheiro público.
Deus na causa!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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