ELEIÇÕES 2022

Bilhões da Braskem afastam JHC da disputa ao governo

Negociação entre Prefeitura e mineradora pode render aos cofres públicos até R$ 10 milhões
Por Odilon Rios 22/01/2022 - 12:49
Atualização: 22/01/2022 - 13:02

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Secom/Maceió
JHC: recursos indenizatórios pelo desastre da mineração pode chegar a R$ 10 milhões
JHC: recursos indenizatórios pelo desastre da mineração pode chegar a R$ 10 milhões

A perspectiva de um acordo bilionário com a Braskem pode abrir um canteiro inédito de obras em Maceió, todas assinadas pelo prefeito JHC (PSB). Este é o principal motivo para que o gestor da capital possa desistir de disputar o governo do Estado e apoiar o senador Rodrigo Cunha (PSDB) na empreitada à chefia do Executivo estadual. 

A empresa e a Prefeitura negociam entre R$ 5 bilhões e R$ 10 bilhões em investimentos, uma forma de compensar o afundamento de áreas da cidade por atividades de mineração. Para se ter uma ideia deste valor, o orçamento de Maceió para 2022 aprovado pela Câmara de Vereadores é de R$ 3,1 bilhões. Mas, parte deste dinheiro é carimbado, ou seja, o município tem de repassar percentuais acordados em lei para a Câmara, as pastas da Saúde, Educação além de pagamentos aos servidores públicos ativos, inativos e pensionistas. 

Os bilhões da Braskem são livres, ou seja, compete exclusivamente ao prefeito definir para onde vai este dinheiro. Situação que assusta os Calheiros por pavimentar uma facílima reeleição de Jota e dar chances para ele disputar o governo em 2026 ou encarar a briga por uma das duas vagas ao Senado, atrapalhando a estratégia do senador Renan Calheiros (MDB). Jota é um poderoso ímã de votos para seu grupo político. 

Se apoiar Rodrigo Cunha e ele vencer a disputa ao governo em outubro, a mãe do prefeito, Eudócia Caldas, sai da suplência e se efetiva como senadora, com mandato de 4 anos. Levando em conta este cenário, são remotas as chances de ele sair da Prefeitura

Além disso, no mandato, conta com aproximação, ainda que cautelosa, do presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas) que, quando chega a Alagoas, bate o ponto em Jaraguá, no gabinete do prefeito. O governador Renan Filho (MDB) tenta o mesmo com Lira e é ignorado. Na gestão, evita associar seu nome ao do presidente Jair Bolsonaro (PL) e, mesmo sendo do PSB, não deve fazer campanha pró-Lula ao Palácio do Planalto. 

Já o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse esta semana ao Correio Braziliense contar com JHC na disputa ao governo alagoano. Se isso acontecer, o vice Ronaldo Lessa (PDT) volta a ser prefeito da capital, 29 anos depois. JHC teria de renunciar ao mandato até 2 de abril, seis meses antes das eleições.

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