CASA VERDE
Movimentos sociais pedem recursos para reduzir deficit habitacional
Representantes de movimentos relacionados a habitação popular disseram aos integrantes da Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (13), que o programa Casa Verde e Amarela tem poucos recursos e não oferece acesso a famílias de baixa renda. O secretário nacional de Habitação, Alfredo dos Santos, afirmou que o governo entregou pouco mais de 1 milhão de moradias desde 2019, priorizando obras que estavam paradas.
Alfredo dos Santos também ressaltou que uma terceira parte do deficit é composta por habitações que abrigam mais de uma família. Mas o secretário salientou que isso pode ser uma opção dos moradores: “Metade das famílias declara que mora junto por opção. Os pais moram com os filhos para poder tomar conta dos netos. Então, 12,5% do total do deficit habitacional são pessoas que coabitam por necessidade e não por escolha."
Moradores de rua
A representante do Movimento Nacional de Luta por Moradia na audiência pública, Neila dos Santos, discordou do secretário: “Ninguém vai morar coabitando com três famílias porque quer. Parte da população está em situação de rua. Antes da pandemia eram 220 mil e aumentou 140%. Então, não dá para dizer que o deficit habitacional é de 6%.”
A analista técnica em Habitação e Planejamento Territorial da Confederação Nacional de Municípios, Karla França, disse que os prefeitos precisam do planejamento do governo federal sobre temas como regularização fundiária e novas contratações. Segundo ela, desde 2015, mais de 80% dos municípios não realizam novas contratações por falta de financiamento.