OPERAÇÃO SPOOFING

Justiça revoga prisão de hackers que invadiram celular de Moro

Por Com Estadão Conteúdo 29/09/2020 - 16:23

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Sergio Moro
Sergio Moro

O juiz Ricardo Leite, substituto da 10ª Vara Federal de Brasília, revogou nesta segunda-feira, 28, as prisões de Walter Delgatti Neto, o 'Vermelho', e Thiago Eliezer Martins dos Santos, o 'Chiclete', denunciados na Operação Spoofing pela invasão de celulares de autoridades do País, incluindo o ex-ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) e o procurador da República Deltan Dallagnol.

Os dois foram presos preventivamente em julho do ano passado e denunciados como mentores dos crimes cibernéticos em janeiro deste ano ao lado de outras quatro pessoas. Além dos hackeamentos, o grupo é acusado por fraudes bancárias, lavagem de dinheiro e organização criminosa.


Na decisão, o juiz levou em conta um habeas corpus concedido pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região que, a pedido da Defensoria Pública da União, anulou as audiências realizadas desde o início da instrução da Spoofing. O juiz determinou a soltura de Walter Delgatti Neto e Thiago Eliezer, presos desde o ano passado, por "excesso de prazo".

"Manter a prisão preventiva de Thiago Eliezer Martins dos Santos e de Walter Delgatti Neto durante toda a instrução criminal acarretará inevitável excesso de prazo. Mesmo tendo a defesa pugnado pela nulidade da instrução processual, tendo dado causa à demora na instrução processual, entendo que objetivamente há excesso de prazo na increpação dos custodiados sem que tenha havido o desenvolvimento da relação processual. Além disto, sequer houve oferta de denúncia em relação ao outro inquérito pelo qual constam como investigados", escreveu o magistrado.

Em julho de 2019, a Operação Spoofing desarticulou um grupo que interceptou mensagens de várias autoridades políticas no aplicativo de mensagens Telegram. Além de Moro, foram alvo do grupo o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM) e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM). Inicialmente, quatro pessoas foram presas, mas apenas Delgatti e Eliezer permaneciam presos.


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