INSTABILIDADE
Após violência de bolsonaristas, jornalistas deixam de fazer plantão no Alvorada
Jornalistas do Grupo Globo, Folha de S. Paulo, Rede Bandeirantes e outros irão deixar de cobrir temporariamente a chegada e saída do presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada devido ao clima de instabilidade, ameaças, xingamentos incitado por Bolsonaro e reproduzido por seus apoiadores.
Ninguém merece chegar ao trabalho para desempenhar suas funções desta forma. Sejam jornalistas, enfermeiros, policiais, passeadores de cachorro, entregadores de aplicativos.Excessos institucionais e supostos erros da mídia podem ser discutidos -- mas respeito é fundamental.
Em nota, o Grupo Globo afirmou que já informou sua decisão ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), liderado pelo ministro Augusto Heleno. “São muitos os insultos e os apupos que os nossos profissionais vêm sofrendo dia a dia por parte dos militantes que ali se encontram, sem qualquer segurança para o trabalho jornalístico. Estas agressões vêm crescendo.”, escreveu o vice-presidente de Relações Institucionais da Globo, Paulo Tonet Camargo.
A Folha, por sua vez, também afirmou que o ambiente tornou-se insustentável para o trabalho jornalístico, e descreveu alguns dos xingamentos feitos pelos apoiadores do presidente: “Uma mulher passou pela fila dos jornalistas repetindo: “Ó o lixo, ó o lixo, ó o lixo”. “Escória! Lixos! Ratos! Ratazanas! Bolsonaro até 2050! Imprensa podre! Comunistas”.
A Band, por sua vez, confirmou que suspendeu a cobertura quando questionada pelo jornalista Maurício Stycer, do portal UOL. Outros veículos de cobertura ampla, como o Correio Braziliense e o jornal Metrópoles, também informaram que seus profissionais não irão acompanhar as falas do presidente ao vivo por enquanto.