REUNIÃO MINISTERIAL

Bolsonaro xinga governadores e Weintraub revela ódio a termo indígena

Por José Fernando Martins 22/05/2020 - 17:53
Atualização: 22/05/2020 - 18:31

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Reunião ministerial causou polêmica
Reunião ministerial causou polêmica

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta sexta-feira, 22, a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, cuja gravação foi apontada pelo ex-ministro Sergio Moro como prova na investigação de suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal. No vídeo, Bolsonaro aparece xingando governadores e prefeitos que estão a favor do isolamento social de bostas, além de dizer que a Folha de S.Paulo estaria querendo f*der com a família dele. Essa seria o principal argumento para mudar a liderança da Polícia Federal no Rio de Janeiro, o que acabou na demissão do ex-ministro da Justiça Sergio Moro.

Disse ainda que quer armar toda população como um plano contra a ditadura comunista. "Quando o Partido Comunista do Brasil faz suas convenções e idolatram lá Fidel Castro, entre outros, não tem problema nenhum. Quando um coitado levanta uma placa de Al-5, que eu tô me lixando para aquilo, porque num num existe AI-5. Não existe".

E não só o presidente que expôs ideias polêmicas. O ministro da Educação Abraham Weintraub aproveitou a reunião para expressar seu ódio às expressões povo indígena e povo cigano. "Odeio o termo 'povos indígenas', odeio esse termo. Odeio. O 'povo cigano'. Só tem um povo nesse país. Quer, quer. Não quer, sai de ré. É povo brasileiro, só tem um povo", destacou.

Já o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles deu a dica de o governo aproveitar que a imprensa está focada na Covid-19 para aprovar normas e reformas na surdina. "Nós temos a possibilidade nesse momento que a atenção da imprensa tá voltada exclusiva ... quase que exclusivamente pro Covid, e daqui a pouco para a Amazônia, o General Mourão tem feito aí os trabalhos preparatórios para que a gente possa entrar nesse assunto da Amazônia um pouco mais calçado, mas não é isso que eu quero falar. A oportunidade que nós temos, que a imprensa não tá ... tá nos dando um pouco de alívio nos outros temas, é passar as reformas infralegais de desregulamentação, simplificação, todas as reformas que o mundo inteiro nessas viagens que se referiu o Onyx certamente cobrou dele".

Paulo Guedes, ministro da Economia, também mostrou as garras. "Então nós sabemos e é nessa confusão toda, todo mundo tá achando que tão distraído, abraçaram a gente, enrolaram com a gente. Nós já botamos a granada no bolso do inimigo. Dois anos sem aumento de salário. Era a terceira torre que nós pedimos pra derrubar. Nós vamos derrubar agora, também. Isso vai nos dar tranquilidade de ir até o final. Não tem jeito de fazer um impeachment se a gente tiver com as contas arrumadas, tudo em dia. Acabou! Não tem jeito. Não tem jeito".

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