GOVERNO BOLSONARO

Secretário de Cultura é exonerado após pronunciamento nazista

Por Agências 17/01/2020 - 12:49

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Foto: Assessoria
Informação foi confirmada pela Secretaria Especial da Cultura
Informação foi confirmada pela Secretaria Especial da Cultura

A Secretaria Especial da Cultura informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o secretário Roberto Alvim foi demitido do cargo. A exoneração acontece após Alvim parafrasear um discurso de Joseph Goebbels, ministro da propaganda da Alemanha nazista.

Na manhã desta sexta (17), o Planalto havia avisado o Congresso que o secretário seria demitido após a repercussão do caso e a manifestação pública da classe política. Entre os que pediram a saída de Alvim está o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).


O ministro da Secretaria de Governo, Luiz Ramos, telefonou para líderes do Congresso e avisou que o porta-voz da Presidência, general Rego Barros, deve anunciar a demissão.

O vídeo que gerou toda a polêmica foi publicado na noite de quinta-feira (16) pela Secretaria Especial da Cultura do governo Bolsonaro para divulgar o Prêmio Nacional das Artes.

Nele, Alvim repete frases de um discurso de Goebbels ao som da ópera Lohengrin, de Richard Wagner, obra que Hitler afirmou ter sido decisiva em sua vida.

— A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada — diz o secretário.

De acordo com o livro Goebbels: a Biography, de Peter Longerich, a fala do nazista foi a seguinte:

— A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada.

Alvim, no entanto, afirmou que as similaridades entre as falas foram uma "coincidência retórica" e que os ataques ao seu discurso são parte de uma "falácia da esquerda". Sobre a fala do nazista, no entanto, ele afirmou que "a frase é perfeita".


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