THE INTERCEPT

Site diz que força-tarefa acatou sugestão de Moro sobre procuradora

Por Estadão Conteúdo 21/06/2019 - 08:53

ACESSIBILIDADE

Divulgação
Moro afirmou, durante audiência no Senado: "Não tem nada de anormal nessas comunicações"
Moro afirmou, durante audiência no Senado: "Não tem nada de anormal nessas comunicações"

Conselho de Sérgio Moro dado a procuradores foi acatado pela força-tarefa da Lava Jato, de acordo com informações obtidas pelo site Intercept e divulgadas nesta quinta-feira, 20, por Reinaldo Azevedo na Rádio BandNews FM.

Depois de receber reclamação do ex-juiz em relação ao desempenho da procuradora Laura Tessler em audiências, o coordenador da força-tarefa de Curitiba, Deltan Dallagnol, procurou o colega Carlos Fernando dos Santos Lima para falar do assunto. Os dois decidiram que ela só deveria realizar audiências se estivesse acompanhada dos procuradores Júlio Noronha e Roberson Pozzobon.


Na suposta conversa, realizada por meio do aplicativo Telegram, Deltan e Carlos Fernando decidiram que Tessler não deveria estar sozinha na audiência do ex-presidente Lula, hoje preso.

De acordo com as mensagens, Deltan só explicou qual era a reclamação de Moro depois de se certificar de que Carlos Fernando não estava visualizando as mensagens em um computador, que poderia ser visto pelos colegas.

Segundo a reportagem do Intercept da semana passada, Moro se queixou a Deltan do desempenho de Tessler e recomendou que ela fosse submetida a um treinamento para fazer audiências.

Indagado sobre a sugestão pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS) Moro afirmou, durante audiência no Senado, na quarta: "Não tem nada de anormal nessas comunicações". De acordo com o ministro, essa demanda não interfiriu nos trabalhos do MP. "Tanto que essa pessoa continua e continuou realizando atos processuais e audiências", disse.

Outro lado. Procurado pelo jornal o Estado de S. Paulo, a força-tarefa da Lava Jato de Curitiba informou que não irá se manifestar. O Ministério da Justiça afirmou em nota que a mensagem atribuída a Moro "pode ter sido editada ou adulterada" pelo grupo criminoso que hackeou o seu celular. O texto diz ainda que a troca de mensagens, "mesmo se autêntica nada tem de ilícita ou antiética". Disse ainda que não há "nenhuma contradição com a fala do ministro ao Senado".


Encontrou algum erro? Entre em contato