INVESTIGAÇÃO

Perícia da PF identifica R$ 1,4 milhão para codinomes atribuídos a Rodrigo e Cesar Maia

Por O Globo 12/04/2019 - 08:46

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Guilherme Pinto / Agência O Globo
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o ex-prefeito Cesar Maia
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o ex-prefeito Cesar Maia

Uma perícia da Polícia Federal (PF) nos sistemas da Odebrecht registraram repasses de R$ 1.458.100 para codinomes que delatores da empresa dizem corresponder ao presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), e seu pai, o vereador do Rio de Janeiro Cesar Maia (DEM). Os apelidos que constam nos arquivos da empreiteira são Botafogo e Inca, que seriam de Rodrigo, e Déspota, que seria de Cesar.

As informações constam de pedido de prorrogação do inquérito feito nesta quarta-feira (10) pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e que estão sob análise do relator do caso, ministro Luiz Edson Fachin. Ainda falta colher alguns depoimentos e receber das operadoras de telefonia informações cadastrais de alguns números atribuídos aos investigados. Não há prazo para ele decidir sobre a prorrogação.


O relatório da PF foi anexado ao inquérito aberto em 2017 no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar se os dois receberam recursos em 2008 e 2010 por meio de caixa dois. Na época, Rodrigo e Cesar Maia negaram as acusações. O GLOBO entrou em contato com a assessoria do presidente da Câmara e do vereador do Rio e ainda aguarda retorno.

A delação da Odebrecht rendeu ainda um segundo inquérito contra o presidente da Câmara. Nesse caso, ele, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), os ex-senadores Romero Jucá (MDB-RR) e Eunício Oliveira (MDB-CE) e o ex-deputado Lúcio Vieira Lima (MDB-BA) são acusados dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Neste segundo inquérito, os cinco são acusados de receber pagamentos pela aprovação de medidas provisórias (MPs) que beneficiariam a Odebrecht. Jucá e Renan teriam recebido R$ 4 milhões. Outros R$ 2 milhões teriam ido para Eunício. Maia e Lúcio Vieira Lima são apontados como beneficiários de pagamentos de R$ 100 mil cada. Os políticos negam as acusações.


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