Alagoas
Produtor alagoano Lobão balança cenário político do estado
Anivaldo Silva se candidatou a vereador e deputado nos útimos dois anos. Mesmo com o orçamento baixo, o politico teve votações consideráveisO nome carioca é conhecido em todo Brasil pelas polêmicas com diversos músicos, um som irreverente e uma pegada política. Já o alagoano ganhou notoriedade com produções eróticas amadoras, a banda Cheiro de Calcinha, e suas duas candidaturas a cargos eletivos, uma a deputado estadual e outra a vereador.
Lobão, como são conhecidas as duas figuras, já estiveram envolvidos em uma conversa extrajudicial sobre a utilização do nome. O advogado do roqueiro dos anos 80 enviou uma carta pedindo que o artista alagoano não utilizasse a marca.
"Esse problema de fato aconteceu, mas não vi confusão nenhuma nisso, ele está certo, agora sou só Lobo”, explicou o alagoano Anivaldo Luiz da Silva.
O apelido veio quando Silva ainda era adolescente, havia deixado o cabelo crescer e fisicamente estava muito parecido com o músico carioca. “Eu não gostava que me chamassem assim, mas isso só piorou a situação, o apelido pegou e desde então fiquei Lobão”, contou.
Anivaldo nasceu em Maceió e cresceu no bairro da Levada, área central da cidade. Desde muito cedo viu de perto as mazelas a que população estava exposta e começou a trilhar o caminho rumo à representação da sociedade. Ele teve seu primeiro contato com a política em 2004, quando se filiou ao Partido Socialista Brasileiro (PSB).
“Através de um grande amigo meu, que me apresentou a juventude do PSB, surgiu um interesse ainda maior da minha parte, senti uma necessidade de fazer parte da luta e acabei me filiando", contou Silva.
Lobo, como precisa ser conhecido artisticamente depois da reclamação do seu homônimo carioca, começou a comercializar suas produções eróticas em 2004, na Praça Guedes de Miranda. De acordo com ele, foi vendo a desestrutura do local durante a chuva que se sentiu obrigado a lutar por ambiente melhor, nessa fase se filou ao PSB.
Sua primeira candidatura ocorreu seis anos após a filiação, pleiteou uma vaga na casa de Tavares Bastos, em 2010, aos 33 anos. “Não tinha muito dinheiro para a campanha, no total foram aproximadamente R$ 1 mil, recebi pequenas doações de várias pessoas, mas a maior foi da Katia Born (PSB)”, relatou.
Com propaganda de baixo custo e muito trabalho, ele teve uma votação considerável para os padrões eleitorais alagoanos, mais de 2.115 votos.
Por pouco não foi eleito, teve 3.759 votos, ficando a frente de outros dois candidatos que conseguiram entrar para a câmara. “Dessa vez não consegui, mas não é motivo para deixar a luta pela população de lado. Sou segundo suplente da minha coligação e mesmo assim me sinto eleito”, afirmou Anivaldo.
Os bens declarados foram os mesmos nas duas campanhas, sua inseparável mobilete vermelha e uma casa no bairro do Bom Parto. Apesar do diálogo extrajudicial, o nome utilizado nos pleitos foi Lobão. “A restrição que foi imposta a mim é exclusivamente artística, não política”, retrucou.
Para o artista, todas as solicitações devem ser feitas através de abaixo assinado e atualmente ele vem recolhendo assinaturas para a organização dos pontos de ônibus da Rua do Comércio, no centro da cidade.
Em campanhas de baixo custo, possivelmente a alcateia alagoana tenha ganhado um novo líder que não se preocupa em estar sentado em cadeiras de um plenário, mas em representar a população da melhor forma possível: Vivenciando os problemas.