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Oposição busca união para fortalecer o Legislativo

Nilson Leitão assumiu a liderança da minoria da Câmara prometendo conversa com os colegas para reorganizar o grupo e defender o Legislativo contra o Palácio do Planalto. Para o tucano, governo tem problemas na base aliada
Por Congresso em Foco 14/02/2013 - 07:36

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Oposição busca união para fortalecer o Legislativo

Deputado em primeiro mandato, ex-prefeito de Sinop (MT), Nilson Leitão (PSDB-MT) assumiu no início do ano a liderança da minoria na Câmara no lugar do também tucano Antonio Carlos Mendes Thame (SP). Sem fazer críticas diretas ao antecessor, promete reunir todos os deputados que “se entendem como oposição” e reuni-los para organizar os parlamentares que discordam do atual governo.

Em entrevista exclusiva ao Congresso em Foco, o deputado disse que a segunda meta é colocar o Legislativo como um poder importante. “Sem um Legislativo forte, veremos o Brasil enfraquecer”, disparou. Para ele, a Câmara e o Senado têm se comportado como um “puxadinho do Executivo”. Reforçou que é preciso votar temas importantes para os estados, como o veto parcial de Dilma Rousseff aos royalties e o Fundo de Participação dos Estados.

Ele entende que, mesmo com a recente judicialização da política, com temas acabando no Supremo Tribunal Federal (STF) – como foi o próprio caso dos vetos -, é uma forma de comprovar a desmoralização do Legislativo. Por isso, o tucano acredita que é preciso votar temas e aumentar a eficiência da Casa. “É uma vergonha porque [o Congresso] prefere votar algumas coisas de interesses do Planalto”, avaliou.

Por esta ótica, ele entende que o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), eleito presidente da Câmara em 4 de fevereiro, era o único candidato com autoridade para debater uma pauta mais voltada para os interesses do Legislativo. Mesmo com as denúncias contra o peemedebista, como uma condenação por improbidade administrativa, Leitão entende como um efeito colateral de ter 11 mandatos consecutivos para o Parlamento. Indiretamente, ao defender maior independência da Câmara, Leitão acaba pregando contra o governo. Ou seja, projetos que não interessam o Palácio do Planalto entrariam em votação.

Parte da independência do Legislativo deve vir ao aprovar matérias como a reforma política e a reforma tributária. A última, avalia Leitão, não sai por falta de vontade do Palácio do Planalto, que não pretende dividir a fatia do bolo dos impostos. Ele entende também que, no caso do Orçamento 2013, a votação não ocorreu por causa de uma rebelião na base aliada. Ele citou partidos da base que pressionam para votar os vetos antes da peça orçamentária, como PMDB e PT.

Filiado ao PSDB desde 1992, foi vereador e prefeito de Sinop (MT), além de deputado estadual. No ano passado, foi o vice-líder da minoria na Câmara. Chegou a presidir a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara (CFFC) no segundo semestre de 2011, logo depois de ter assumido o mandato após o afastamento de Ságuas Moraes (PT-MT) e a recontagem de votos no Mato Grosso pelo Tribunal Regional Eleitoral local (TRE-MT). Natural de Cassilândia (MS), é técnico em contabilidade.


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