Na teia do Cachoeira

CPI pede sequestro de bens de integrantes do grupo de Cachoeira

Reportagem de jornal mostrou que imóveis estavam sendo vendidos. Pedido da comissão será encaminhado ao Ministério Público Federal
Por Do G1, em Brasília 19/09/2012 - 07:53

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A CPI Mista que investiga as relações do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e empresários, vai pedir que seja realizado o sequestro de bens e a entrega de passaporte de todos os suspeitos de integrar o grupo do contraventor. O pedido será feito oficialmente nesta quarta-feira (19) à Procuradoria da República em Goiás, que decidirá se encaminha o pedido à Justiça Federal.

Um levantamento da própria CPI relaciona 167 bens, entre imóveis, fazendas e até uma aeronave, pertencentes a 29 pessoas envolvidas com o contraventor (veja abaixo). Se aceito o pedido, as posses, cujos valores ultrapassam R$ 140 milhões, não poderão ser negociadas até o fim do processo.

A decisão da CPI foi motivada por uma reportagem publicada pelo jornal "Correio Braziliense" deste domingo (16), que apontou que pessoas tidas como auxiliares do contraventor estavam vendendo os imóveis pertencentes ao grupo a preços mais baixos. Um dos responsáveis pela venda teria afirmado, segundo o jornal, que os integrantes da quadrilha queriam vender os bens para poder sair do país.

Caso sejam os pedidos sejam acatados pela Justiça, as medidas valeriam até o final do julgamento do processo. "O juiz pedirá a cada um dos integrantes da organização que deposite os passaportes em juízo, para que eles possam permanecer em território nacional. Essas providências visam congelar estes bens até a sentença, para que o estado possa reaver esses valores que foram subtraídos", explicou o vice-presidente da CPI, deputado Paulo Teixeira (PT-SP).

O ofício da CPI pedindo o sequestro dos bens e o depósito dos passaportes deverá ser entregue nesta quarta (19) aos procuradores da República Léa Batista de Oliveira e Daniel Rezende Salgado, responsáveis pela Operação Monte Carlo, que resultou na prisão do contraventor em fevereiro.

"Vamos requer que o MP de Goiás interceda junto ao Poder Judiciário para que seja feito o sequestro de imóveis e bem móveis, bem como determinar prazo para que os denunciados nos autos da ação penal depositem o passaporte no juízo de origem", disse o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).

O relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), afirmou que a comissão precisa ser rápida a fim de evitar que os bens possam ser vendidos, e o patromônio desviado do estado não consiga ser mais recuperado. "Se nós não formos céleres, pode ser que quando chegarmos a estes bens, a quadrilha pode ter se desfeito destes bens. Este compratilhamento [de informações] é muito importante porque ele garante o seqüestro dos bens", disse.

Bens
No pedido, a CPI lenvatou uma lista de 29 pessoas e três empresas com bens a serem sequestrados. Entre os 167 itens que a comimssão pede o sequestro, estão terrenos, apartamentos, casas, fazendas e até uma aeronave, em nome da ex-mulher de Cachoeira. Juntas, todas as posses somam valores que ultrapassam R$ 140 milhões.

A atual mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, tem em seu nome uma fazenda avaliada em R$ 20 milhões. Gleyb Ferreira da Cruz, Carlos Augusto Ramos, Rossine Aires Guimarães, Cláudio Abreu e Adriano Aprígio de Souza constam como donos de uma fazenda, no localizada em Brasília, avaliada R$ 17,5 milhões.

Só Adriano Aprígio, ex-cunhado de Cachoeira, tem em seu nome, segundo a CPI, 17 imóveis que juntos estão avaliados em R$ 9,49 milhões.

A ex-mulher de Cachoeira, Andrea Aprígio de Souza, tem em seu nome bens imóveis que somam R$ 16,3 milhões, segundo a CPI. Além dos imóveis, Andrea ainda tem uma aeronave em seu nome, avaliada em R$ 750 mil.

O próprio contraventor, segundo a CPI, tem apena um terreno em seu nome, localizado em Goiânia, avaliado em R$ 1,5 milhão.

Já Cláudio Abreu, ex-diretor da Construtura Delta, tida como participante do esquema, teria em seu nome bens que somam R$ 4,6 milhões. Outras três empresas, Emprodata Administralão de Imóveis e Informática Ltda, MZ Construções Ltda e Mapa Construtura também tiveram o pedido para que os bens fossem sequestrados.


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