Na teia do Cachoeira

Leréia adia depoimento à CPI do Cachoeira

Deputado garante que estará “à disposição” do colegiado a partir de 18 de setembro
Por Congresso em Foco 04/09/2012 - 06:47

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Leréia adia depoimento à CPI do Cachoeira

Convidado a prestar depoimento na CPI do Cachoeira, o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) enviou nesta segunda-feira (3) ofício à Secretaria de Comissões do Congresso comunicando a impossibilidade de comparecer à audiência, que estava prevista para ser iniciada às 10h15 desta terça-feira (4). Amigo confesso do contraventor Carlos Cachoeira, pivô das investigações em curso na CPI, Leréia apontou a importância “inadiável” de “compromissos pessoais anteriormente assumidos” para adiar sua participação. Mas tranquilizou os colegas de Parlamento: disse estar “à disposição” do colegiado a partir de 18 de setembro, cerca de 20 dias antes das eleições de outubro (primeiro turno no dia 7).

Na condição de convidado, Leréia poderia simplesmente recusar comparecer ao colegiado, mas disse que responderia a todos os pedidos de esclarecimento por estar “tranquilo” em relação às suspeitas suscitadas a seu respeito. Ele é acusado de usar cartão de crédito de Cachoeira para compras diversas e de ter recebido dinheiro ilegal da organização criminosa capitaneada pelo contraventor – cujo esquema ilícito tem Goiás, base eleitoral de Leréia, como núcleo operacional e a empresa Delta como responsável por movimentações financeiras irregulares.

Depois das denúncias, substanciadas em investigações da Polícia Federal, Leréia passou a enfrentar processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara, e corre o risco de perder o mandato. O parlamentar tucano também é suspeito de ter alertado Cachoeira sobre a iminência de uma operação da Polícia Federal destinada a desbaratar a quadrilha. Leréia nega as acusações e diz que a relação com Cachoeira é apenas de amizade.

Ao contrário de Leréia, que pode apenas não ir ao colegiado, a CPI ouvirá o funcionário da Delta Construções André Teixeira, também suspeito de integrar a organização criminosa e convocado a depor na condição de investigado – no entanto, com autorização para permanecer em silêncio. As investigações da PF consideraram incompatíveis a evolução patrimonial e as movimentações financeiras de André com os rendimentos por ele declarados – o que leva à suspeita de que o funcionário era utilizado como laranja em esquema de lavagem de dinheiro por meio de empresas fantasmas.


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