Na teia do Cachoeira

Cachoeira depõe em ação sobre suposta tentativa de fraude no DF

Além do bicheiro, devem depor ex-diretor da Delta e mais cinco pessoas. Grupo é acusado de tentar fraudar sistema de bilhetagem do transporte no DF
Por Do G1, DF 29/08/2012 - 13:48

ACESSIBILIDADE

Cachoeira depõe em ação sobre suposta tentativa de fraude no DF

A 5ª Vara Criminal de Brasília retoma às 14h desta quarta-feira (29) a audiência do processo que investiga a tentativa de fraude do sistema de bilhetagem do transporte público do DF pelo grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Além de Cachoeira, outros seis réus, investigados pela Operação Saint-Michel, da Polícia Civil do Distrito Federal – entre eles o ex-diretor da Delta Claudio Abreu – devem ser ouvidos nessa nova rodada de depoimentos. Um dos oito acusados, Gleyb Ferreira da Cruz, já havia prestado depoimento.

 

A primeira audiência do caso, no dia 1º de agosto, havia sido suspensa a pedido do Ministério Público, depois de a defesa de Gleyb Ferreira da Cruz solicitar que a prisão preventiva dele fosse substituída por outra medida cautelar.

No depoimento que deu no início do mês, Gleyb Cruz afirmou que trabalhava com Cachoeira, avaliando as empresas com quem o contraventor teria interesse em fazer negócios.

 

Ele disse que Dagmar Alves Duarte, apontado pela Polícia Federal como lobista do bicheiro, o teria procurado para falar sobre o interesse de Cachoeira em participar da licitação de bilhetagem do sistema de transporte público do DF. Caso o negócio fosse concretizado, Gleyb receberia uma comissão.

 

Para os promotores do Núcleo de Combate às Organizações Criminosas (NCOC) do MP, o grupo de Cachoeira tentou forçar uma dispensa de licitação para a contratação de um sistema de bilhetagem de origem coreana que apenas uma empresa ligada à quadrilha operaria no Brasil.

 

Um diretor do DFTrans, autarquia responsável pela fiscalização do setor de transportes no DF, chegou a ser afastado preventivamente em maio após ser citado em conversas telefônicas de Cachoeira gravadas pela Polícia Federal. A assessoria de imprensa do DFTrans informou na época que foi o próprio servidor que pediu o afastamento para não atrapalhar as investigações.

 

O processo na Justiça do DF foi aberto depois que o MP denunciou Carlinhos Cachoeira e mais sete pessoas por tráfico de influência e formação de quadrilha.

 

Na noite dessa terça-feira (28), o ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski mandou arquivar o pedido da defesa de Cachoeira para que ele ficasse livre do uso de algemas em depoimento desta tarde. Na primeira audiência do caso, Cachoeira chegou algemado para depor (veja vídeo).

 

Prisão de Cachoeira
Cachoeira está preso desde fevereiro em decorrência de dois mandados de prisão: um é resultado da Operação Monte Carlo, deflagrada pela Polícia Federal, e outro da Operação Saint Michel, da Polícia Civil e do Ministério Público do DF.

 

A Saint-Michel é um desdobramento da Operação Monte Carlo, que apurou o envolvimento de agentes públicos e privados em uma quadrilha que explorava o jogo ilegal em Goiás.

 

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal já rejeitou dois pedidos de habeas-corpus apresentados pela defesa de Cachoeira no processo que apura a fraude no sistema de bilhetagem no transporte público do DF.

 

O bicheiro também é alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito no Congresso Nacional que investiga as relações dele com políticos e empresários. Convocado para depor em sessão da CPI, Cachoeira usou o direito constitucional de ficar em silêncio e não respondeu às perguntas dos parlamentares.


Encontrou algum erro? Entre em contato