Na teia do Cachoeira

CPI ouve nesta semana depoimentos de atual e ex-mulher de Cachoeira

Andréa Aprígio pediu ao Supremo Tribunal Federal para ficar calada. Na Câmara, pauta está trancada por medidas provisórias
Por Congresso em Foco 06/08/2012 - 08:41

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A CPI Mista, que investiga as relações entre o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e empresários, ouve nesta semana os depoimentos da atual mulher do contraventor, Andressa Mendonça, e de Andréa Aprígio, ex-mulher de Cachoeira.

Andressa tem depoimento marcado para a próxima terça-feira (7). Já Andréa, na quarta (8). Segundo a Polícia Federal, as empresas de Cachoeira estão no nome de Andréa, mas seriam comandadas pelo contraventor. A ex-mulher de Cachoeira já ingressou com um pedido o Supremo Tribunal Federal (STF) pra ficar calada no depoimento.

O habeas corpus foi protocolado na última segunda-feira (30), e tornado público pelo tribunal na terça (31). A relatora é a ministra Rosa Weber, mas ainda não há previsão para decisão.

A defesa pediu "direito de permanecer calada ou em silêncio, de não assinar termo de compromisso de dizer a verdade, de não se autoincriminar, de ser assistida por seus advogados e, principalmente, de não ser presa ou processada por desobediência ou falso testemunho".

Andréa Aprígio dirige a indústria farmacêutica Vitapan, que, segundo investigações da Polícia Federal na Operação Monte Carlo, é comandada pelo bicheiro. A ex-mulher seria uma "laranja" de Cachoeira.

O segundo depoimento previsto para o dia 7 de agosto é do policial federal aposentado Joaquim Gomes Thomé Neto. Ele já havia sido convocado, mas enviou um atestado médico à comissão pedindo o adiamento de seu depoimento. O policial, que também conseguiu salvo-conduto do STF, é apontado como suspeito de realizar escutas telefônicas clandestinas para o grupo do contraventor.

Já Andressa Mendonça ainda não pediu para permanecer calada, segundo a CPI. Na última semana, Andressa foi acusada de tentar chantagear o juiz responsável pelo caso. Ela teve de pagar fiança de R$ 100 mil para não ser presa, e está proibida de visitar o marido.

Diante da possibilidade de que Andressa também peça para ficar calada, alguns parlamentares da CPI já estão elaborando uma estratégia. Querem fazer uma espécie de “acareação” com os documentos que estão em poder da comissão.

“A ideia é poder aproveitar a vinda delas para fazer um confronto com os documentos que temos na CPI. Entendo que seja possível trabalhar assim, mesmo que elas fiquem caladas”, disse o senador Pedro Taques (PDT-MT).

Câmara
Na Câmara, a semana deverá iniciar com negociações para destrancar a pauta da Casa. Na última quarta (1), o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), suspendeu as votações de medidas provisórias devido a uma reclamação da oposição de que o governo não estaria cumprindo com a liberação de emendas.

Antes do recesso, para garantir a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), parlamentares governistas afirmaram que o governo liberaria cerca de R$ 80 milhões em restos a pagar de emendas para deputados da oposição. Na ocasião, Marco Maia afirmou que próprios partidos do governo se comprometeriam a paralisar as votações do plenário após o recesso, em agosto, se o dinheiro não tiver sido aplicado.

Maia afirmou que está trabalhando para retomar as votações nesta semana. A pauta da Câmara está trancada por três medidas provisórias. A MP 565/12 e a 569/12 são referentes à ajuda aos atingidos pela seca no Nordeste. A MP 570/12 concede um benefício adicional, no âmbito do Programa Bolsa Família, para superação da extrema pobreza na primeira infância, de zero a seis anos de idade.


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