Na teia do Cachoeira

Ministro da Justiça rebate PSDB e nega que PF persiga Perillo

‘Não há cores políticas nas investigações’ da PF, afirmou Eduardo Cardozo. Guerra disse que PF usa ‘politicamente’ investigação para afetar governador
Por Do G1, em Brasília 18/07/2012 - 12:39

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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, negou nesta quarta-feira (18) que a Polícia Federal esteja usando “politicamente” as investigações sobre a quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira para prejudicar o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Nesta terça (17), o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, afirmou que setores da PF estão "sendo usados politicamente, com interpretações direcionadas" a prejudicar o partido.

Segundo Cardozo, a Polícia Federal atua de forma “republicana” e não “política”. “Aqui não se persegue um governador, um deputado, um senador por ser do PSDB, da base governista ou da oposição. Aqui se apuram fatos. Acho que essa crítica é descabida, talvez vinda de pessoas que querem fazer política em uma investigação que não tem nada de política”, disse.

Após novas denúncias de envolvimento entre o bicheiro Carlinhos Cachoeira e o governador de Goiás, o PSDB reafirmou nesta terça ter "total confiança" no tucano e acusou a PF e o PT de promover uma campanha contra Perillo. "Isso é uma fraude publicitária de quem não tem nenhum método para investigar, que tira coisas da Policia Federal para uma campanha contra o PSDB", disse Sérgio Guerra.

O ministro da Justiça afirmou que a PF não é influenciada por partidos e posições ideológicas. “No fundo, a atuação da Polícia Federal é uma atuação republicana. Não há cores políticas nas investigações que se fazem, não há cores ideológicas nas investigações que se fazem. Há apurações de fatos. Identificando-se a possibilidade da ocorrência de delitos, a Polícia Federal atua como deve atuar”, disse.

Neste fim de semana, reportagem da revista "Época" mostrou relatório da Policia Federal segundo o qual Perillo tinha um "acerto" para receber propina da Delta, através de Cachoeira, em troca da liberação de pagamentos por serviços da empreiteira prestados ao estado. A propina, de R$ 500 mil, teria sido embutida no pagamento a Perillo por meio da venda de sua casa, a mesma em que o bicheiro foi preso.

Em nota divulgada nesta terça, Perillo respondeu que a denúncia é "infame e desleal" e que os pagamentos, por serviços de locação de veículos da Delta, "são feitos de forma continuada, por se tratar de serviços regulares e pelo fato, também, de a atual administração cumprir rigorosa e pontualmente seus compromissos com fornecedores e prestadores de serviços".


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