Opinião

Governo segura verba do combate à seca

Levantamento do PSDB mostra que governo não executou praticamente nada dos recursos que destinou em seu plano de emergência, informa Leandro Mazzini, na Coluna Esplanada
Por Congresso em Foco 06/07/2012 - 13:47

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Governo segura verba do combate à seca

O dinheiro secou
O governo federal retém a verba milionária do tão propalado plano de emergência de combate à seca e chuvas, apesar da edição de medidas provisórias que trancam a pauta no Congresso. Foi o que constatou levantamento da Liderança do PSDB na Câmara. Dos R$ 706,4 milhões da MP 566 editada dia 24 de abril e votada nesta terça, só 4,3% (R$ 30,1 milhões) foram executados. Ainda em tramitação, a MP 569, de R$ 688,4 milhões editada em 14 de maio, teve apenas R$ 136,8 milhões pagos (19,9%).

 

O PSDB pretende questionar o governo sobre a baixíssima execução dos recursos destinados ao combate à seca

Tanque vazio
Desde o dia 5 de Junho, a MP 572, com R$ 381,2 milhões do Ministério da Defesa para compra de carros pipas, reservatórios e geradores não teve um centavo empenhado.

 

Vale lembrar
As MPs do Palácio do Planalto têm efeito para empenho e execução a partir do momento em que são editadas, independentemente da tramitação no Congresso.

Desastre real
Tal como o Orçamento Geral da União, as Medidas Provisórias viraram peças de ficção, bordão usado pela oposição.

Raio x
A MP 566 abre crédito extraordinário nos ministérios do Desenvolvimento Agrário e Integração. Foram pagos R$ 21,1 milhões dos R$ 224 milhões previstos para ações da Defesa Civil e R$ 9 milhões de R$ 200 milhões para ‘Auxílio Emergencial Financeiro’, a verba que corre para a conta das empreiteiras convidadas sem licitação para reparos.

Garotada na mão
Curiosa a MP 569, que abrange créditos da Defesa, Integração e Desenvolvimento Social. A rubrica ‘Apoio à Manutenção da Educação Infantil’ prevê R$ 238,5 milhões. Desde maio não saiu nada para auxílio a escolas prejudicadas.

Diagnóstico
A oposição vai cobrar do Planalto. ‘Ou o governo utiliza as MPs por pura propaganda política, que é crime de responsabilidade, ou é prova total de incapacidade (de gestão)’, avalia o líder tucano Bruno Araújo (PE).

Alzheimer
O deputado Délio Malheiros (PV), maior crítico em Belo Horizonte de Marcio Lacerda (PSB), abriu mão da candidatura e aceitou ser vice na chapa do prefeito.

Tranca no portão
A migração de brasileiros para Portugal agora é negativa. O anúncio foi feito ontem pelo próprio governo luso. Preocupado com o êxodo que aumenta a cada mês.

Papelão
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e seu secretário-executivo, se recusaram a participar hoje no Rio de seminário com o mais renomado neurocientista da Europa, o francês Stanislas Dehaene. Ele coordena 30 pesquisadores.

Fugiu
Dehaene baixou no Brasil a convite do especialista em educação João Batista Oliveira. Na Europa, a tese da Idade Certa para a alfabetização é a partir dos seis anos. O MEC aqui defende oito. Ele queria discutir o assunto com o ministro. Perde o país.

No tapete…
Veja como dinheiro e competência criam cases de sucesso. Vide Corinthians e Boca Juniors. O Timão arrecadou R$ 44 milhões com patrocínios em 2011 com seis empresas. Investiu no bom futebol e levou o Brasileirão e a Libertadores.

…e no gramado
O argentino Boca se sustenta com quatro grandes empresas e com 100 mil sócios-pagadores. Em abril lançou um hotel com sua marca em Buenos Aires. Levou os principais títulos do país desde julho passado.

Bate-bola
Por falar nos hermanos, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), foi para lá para participar de seminários dos legislativos Brasil-Argentina, a fim de afinar as relações.

Correção
A coluna, editada de Brasília e que entende tudo de rap, trocou feio os nomes, e pede desculpas aos leitores e ao citado. Foi Rappin Hood, e não Mano Brown, quem participou de reunião na Fiesp sobre o Memorial do Lula semana passada.

Ponto Final
Baixou o Superman no Lula. Com a síndrome do presidente de pijama, atropela acordos e aliados país afora. Coleciona mágoas.

 


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