Na teia do Cachoeira

CPI do Cachoeira aprova convocação de Cavendish, Pagot e prefeito do PT

Paulo Preto, ex-diretor da Dersa, estatal paulista, também foi convocado. Datas dos depoimentos ainda não foram marcadas
Por Do G1, em Brasília 05/07/2012 - 12:03

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Os integrantes da CPI Mista que investiga as relações entre o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e empresários, aprovaram na manhã desta quinta-feira (5) por unanimidade uma série de convocações para depoimentos, entre elas a do ex-diretor da Delta, Fernando Cavendish, o ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot e o prefeito de Palmas, Raul Filho (PT).

Cavendish deixou o comando da construtora em meio ao escândalo, após revelação da ligação do ex-diretor da Delta Centro-Oeste Cláudio Abreu com o bicheiro. As investigações da Polícia Federal apontam ainda que a construtora repassou dinheiro para empresas de fachada ligadas a Cachoeira, supostamete usado para pagamento de propina e caixa dois em campanhas.

O pedido para chamar Pagot foi apresentado após declarações de que teria deixado o Dnit, em meio a uma série de denúncias de irregularidades no ano passado, após pressão do grupo de Cachoeira, que defendia interesses da Delta no órgão. Em entrevistas, ele também disse que era procurado por diversos partidos para captar, junto a empreiteiras, doações ilegais para campanhas políticas.

A CPI também autorizou a convocação de Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, ex-diretor da Dersa, estatal rodoviária do governo de São Paulo. Paulo Preto era um dos responsáveis pela arrecadação financeira da campanha do tucano José Serra à Presidência em 2010. Preto teria sido responsável por contratos feitos entre a estatal paulista e a Delta.

A convocação do ex-direitor da Dersa foi motivo de discussões entre os integrantes da CPI. Os tucanos negaram que estivessem tentando evitar a ida de Paulo Preto à comissão.

"Estamos convocando aqui o senhor Pagot. Convocar Paulo Preto é tão importante tanto quanto chamar Pagot. Não é politizar", disse o deputado Silvio Costa (PT-PE)

Em defesa dos tucanos, o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), afirmou que não havia uma mobilização do PSDB contra a convocação. "Eu não vi ninguém do PSDB bater contra a convocação dos que aqui estão", disse o deputado.

Diante da convocação de Preto, os parlamentares tucanos tentaram colocar em votação a convocação do deputado federal José Filippi (PT-SP), tido como um dos arrecadadores da campanha petista, mas o pedido não foi incluído no bloco. Reportagem da Revista "Isto É" apontou que Filippi teria pedido que Pagot arrecadasse doações para campanhas junto a empreiteiras que teriam contratos com o Dnit.

"Desconhecer que Zé Filippi é citado por Pagot é absurdo. Não há razão para ser incluir no bloco o senhor De Filippi. O PSDB vai votar os requerimentos em bloco, mas queremos o apoio para convocar o senhor De Filippi", disse.

No mesmo bloco, os parlamentares também autorizaram a convocação do juiz Paulo Moreira Lima, que autorizou escutas da Operação Monte Carlo. Juiz deixou o comando do caso após uma série de ameaças. A ex-mulher do contraventor Carlos Augusto Ramos, Andréa Aprígio, tida como laranja do esquema do contraventor, também teve a convocação aprovada. O empresário Adir Assad, que também é suspeito de atuar como laranja do esquema do contraventor, também teve a convocação aprovada. José Augusto Quintella, ex-sócio da Sigma, também foi convocado.

Prefeito de Palmas
Os integrantes da CPI Mista também aprovaram a convocação do prefeito de Palmas, Raul Filho, do PT, que aparece em vídeo negociando doação de campanha com o bicheiro.

Um vídeo encontrado pela Polícia Federal no dia da Operação Monte Carlo, na casa do ex-cunhado de Carlinhos Cachoeira e conseguido com exclusividade pelo 'Fantástico', mostra o prefeito de Palmas negociando com o grupo de Cachoeira

As investigações da Polícia Federal apontam ainda que a construtora repassou dinheiro para empresas de fachada ligadas a Cachoeira, supostamete usado para pagamento de propina e caixa dois em campanhas.


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