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Polêmica entre Lula e Gilmar Mendes chega ao Congresso

Segundo o ministro, o ex-presidente teria insinuado que ele usou um avião cedido pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira. O ministro interpretou que o objetivo de Lula era atrasar o julgamento do mensalão
Por g1, Bom dia Brasil 31/05/2012 - 09:43

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Polêmica entre Lula e Gilmar Mendes chega ao Congresso

A polêmica entre o ex-presidente Lula e o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal chegou ao Congresso. A oposição quer que a CPI entre no caso.

A quarta-feira (30) foi um dia de desabafos e desagravos. O ex-presidente luís Inácio Lula da Silva passou o dia em Brasília. No Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff não fez nenhuma referência ao encontro do ex-presidente com o ministro Gilmar Mendes. Mas fez uma espécie de desagravo a Lula: uma homenagem. Disse que as pessoas, nos lugares certos e na hora certa, mudam os processos e transformam a realidade. Depois, a presidente almoçou com o ex-presidente.

Depois de almoçar com a presidente Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada, o ex-presidente Lula participou de um fórum sobre desenvolvimento organizado pela ONU. Antes de começar a palestra, Lula fez um desabafo.

“Vocês sabem que tem muita gente que gosta de mim, mas tem algumas pessoas que não gostam. Eu tenho que tomar cuidado contra essas. São minoria, mas estão aí, no pedaço”, disse Lula.

O ex-presidente não quis falar com a imprensa. Durante a palestra não fez referência direta às acusações do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, de que Lula teria tentado intimidá-lo durante um encontro. Segundo o ministro, o ex-presidente teria insinuado que ele usou um avião cedido pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira. E que por isso, Gilmar Mendes teria motivos para temer as investigações da CPI. O ministro interpretou que o objetivo de Lula era atrasar o julgamento do mensalão. Gilmar Mendes divulgou cópias das passagens aéreas para mostrar que não usou o avião do bicheiro.

O presidente do Supremo esteve na casa do colega Gilmar Mendes, para uma conversa. O que falaram, nenhum dos dois revelou. Mas para o ministro Ayres Britto, o episódio não prejudica a imagem do judiciário e nem o julgamento do mensalão.

“Tenho dito reiteradamente: nós somos os experimentados em enfrentamento de situações de toda ordem e isso não nos tira do eixo. Nós não perdemos o foco, que é o nosso dever de julgar todo e qualquer processo, inclusive esse chamado de mensalão com objetividade, imparcialidade, serenidade, enfim, atentos todos nós às provas dos autos”, disse o ministro.

No Congresso, a oposição cobrou uma manifestação da CPI sobre o caso.

“Essa CPMI foi utilizada como moeda de troca nessa tentativa de assédio de um ministro. Portanto nos cabe uma manifestação formal à sociedade que espera que essa CPI diga: ‘nós não temos comando, muito menos um comando externo’”, disse o deputado Antônio Mendes Thame (PSDP-SP).

“A possível conversa entre o presidente Lula e o ministro Gilmar Mendes com a presença do ex-ministro Jobim, evidentemente não faz parte do conjunto dos fatos consumados dessa CPI”, opinou o deputado Silvio costa (PT).

Representantes de movimentos sociais entregaram na quarta-feira ao Supremo Tribunal Federal um manifesto com 37 mil assinaturas. Cobrando rapidez no julgamento do mensalão.


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