Sem palavras

Ex-diretor da Delta e auxiliares de Cachoeira devem ficar calados na CPI

Dos 6 chamados para depor, 4 têm decisão judicial para ficar em silêncio. Um deles enviou documento à CPI dizendo que não vai por motivos de saúde
Por Do G1, em Brasília 30/05/2012 - 13:05

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Ex-diretor da Delta e auxiliares de Cachoeira devem ficar calados na CPI

O ex-diretor da construtora Delta no Centro-Oeste Cláudio Abreu, quatro pessoas apontadas com auxiliares do bicheiro Carlinhos Cachoeira e um dirigente do governo de Goiás foram convocados para depor na sessão desta quarta-feira (30) da CPI, mas todos devem ficar em silêncio, assim como fizeram outros auxiliares e o próprio contraventor na semana passada.

A sessão para ouvir os depoimentos começou às 10h30 desta quarta (30).

Além de Cláudio Abreu, foram chamados José Olímpio de Queiroga Neto, apontado como um dos gerentes da organização criminosa liderada por Cachoeira; Lenine Araújo de Souza, investigado como contador da organização; Rodrigo Moral Dall Agnol, contador da empresa Delta; e Gleyb Ferreira da Cruz, auxiliar que, segundo o Ministério Público Federal, atuava entre outras coisas no pagamento de terceiros.

O presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Eduardo Rincón, que foi convocado na condição de testemunha, teve um aneurisma cerebral, segundo o secretário da CPI. Ele havia enviado documento à CPI informando que não poderá comparecer à comissão por motivos de saúde.

Dos cinco suspeitos de elo com Cachoeira, quatro obtiveram decisões liminares em habeas corpus para garantir o direito de ficar em silêncio durante o depoimento.

direito de ficar calado foi concedido a Cláudio Abreu pela ministra do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, na última quinta-feira (24). Além disso, o habeas corpus permite a Abreu receber assistência de seus advogados durante o depoimento e se recusar a assinar qualquer termo ou compromisso na condição de investigado ou testemunha. O objetivo é garantir a Abreu o direito de não se incriminar, como previsto pela Constituição.

Abreu está preso desde 25 de abril, em Brasília, suspeito de formação de quadrilha e corrupção. Nas investigações da PF, ele aparece em conversas com Cachoeira negociando contratos de obras para a construtora. Ele foi detido durante a operação Saint-Michel, um desdobramento da operação Monte Carlo, que resultou na prisão de Cachoeira.

José Olímpio, Lenine de Araújo e Rodrigo Moral também conseguiram habeas corpus que permite que eles permaneçam calados durante a CPI. Gleyb impetrou habeas corpus com a mesma solicitação, mas até a manhã desta quarta não havia informações sobre se ele obteve decisão favorável.

 

Auxiliares e Cachoeira calados
Em dias distintos na semana passada, o bicheiro e dois de seus auxiliares permaneceram em silêncio perante os parlamentares da CPI. O ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, e o sargento da Polícia MIlitar do Distrito Federal Jairo Martins de Souza, apontados como auxiliares do bicheiro Carlinhos Cachoeira, se recusaram a falar e foram dispensados pelo presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).

De acordo com a PF, Dadá e Jairo atuavam para favorecer o esquema de arapongagem de Cachoeira. Dadá também é citado por ajudar o bicheiro em contatos com órgãos federais.

Também na semana passada, o ex-vereador Wladimir Garcez, que leu um documento no qualnegou influência no governo de Goiás e depois for interrogado por parlamentares por cerca de uma hora e meia.

À CPI, Garcez leu um depoimento e afirmou que foi contratado pela empresa Delta Construções para assessorar o ex-diretor da empresa no Centro Oeste Cláudio Abreu - que foi preso no mês passado - e negou qualquer influência no governo de Goiás. Após a leitura do texto, Wladimir Garcez se recusou a responder às demais perguntas dos parlamentares.

Garcez foi o primeiro depoente a falar para os parlamentares que integram a comissão, criada para apurar as ligações do bicheiro com agentes públicos e privados. Na terça, o bicheiro Carlinhos Cachoeira ficou calado durante seu depoimento.

Segundo o ex-vereador, sua missão como contratado da Delta era assessorar Cláudio Abreu, e que pelo trabalho “ganhava R$ 20 mil”. “Nunca participei de qualquer processo licitatório”, afirmou. Ele também disse que auxiliou Cachoeira em uma empresa do contraventor.


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