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Demóstenes fala ao Conselho de Ética do Senado nesta terça

Senador está 'preparado' para se defender, disse advogado ao G1. No conselho, ele discursará; ele também falará à CPI nesta quinta (31)
Por Do G1, em Brasília 29/05/2012 - 09:17

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Demóstenes fala ao Conselho de Ética do Senado nesta terça

O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) falará nesta terça-feira (29) no Conselho de Ética do Senado no processo que o investiga por quebra de decoro parlamentar.

As declarações no Conselho de Ética serão as primeiras explicações do senador sobre sua relação com o contraventor Carlos Augusto Ramos, oCarlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal em fevereiro durante a Operação Monte Carlo. Demóstenes responde ao processo no colegiado por suspeita de ter utilizado o mandato para auxiliar os negócios de Cachoeira.

O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que representa o senador no processo do Conselho de Ética, afirmou ao G1 que Demóstenes está "preparado" para responder aos questionamentos dos senadores.

Segundo Kakay, o depoimento de Demóstenes irá começar por um discurso, em que ele pretende apresentar um pouco sobre sua história parlamentar. Após o discurso, que deve durar cerca de 20 minutos, o senador se colocará à disposição para responder às perguntas dos senadores.

Demóstenes falará ao conselho depois que duas testemunhas de defesa indicadas no processo se negaram a depor. A primeira negativa veio do advogado de Goiás Ruy Cruvinel, que prestaria depoimento na última terça. Ele alegou motivos "pessoais e familiares" para não comparecer. A segunda negativa foi do bicheiro Carlinhos Cachoeira.

O depoimento de Demóstenes deverá ser último no Conselho de Ética antes da elaboração do relatório final por parte do senador Humberto Costa (PT-PE), relator do processo. O parlamentar já afirmou que a previsão de votação do relatório no conselho é final de junho.

 

CPI do Cachoeira
Além do depoimento no Conselho de Ética, o senador Demóstenes Torres é esperado nesta quinta-feira (31) para prestar depoimento na CPI mista que investiga as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com políticos e empresários. Neste depoimento, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro admite que o senador poderá ficar calado.

Antes de Demóstenes, a CPI tem programados para quarta-feira (30) os depoimentos do ex-diretor da construtora Delta Cláudio Abreu, além de Gleyb Ferreira, José Olímpio de Queiroga e Lenine Araújo de Souza, auxiliares de Cachoeira.

Na condição de testemunha, a CPI convocou para prestar depoimento o presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Rincon, citado em escutas telefônicas da Polícia Federal.

 

Delta e governadores
Nesta terça-feira (29), a comissão deve votar a quebra o sigilo das contas nacionais da construtora Delta. As investigações da Polícia Federal mostram que a empresa Alberto & Pantoja Construções recebeu R$ 26 milhões da Delta nacional. A empresa funcionaria numa oficina mecânica, numa cidade perto de Brasília.

Os parlamentares cobram a quebra de sigilo da empresa em razão de evidências de que a empresa tenha repassado milhões a empresas de fachada que abasteceram a quadrilha de Cachoeira.

Na conta da Brava Contruções, que, segundo a polícia, também é uma empresa de fachada que serviria ao esquema de Carlinhos Cachoeira, a Delta nacional depositou pouco mais de R$ 13 milhões.

A discussão na CPI sobre a convocação dos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT) e do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), também ficou para a próxima terça-feira (29).

De acordo com investigações da Operação Monte Carlo, que prendeu Cachoeira em fevereiro, auxiliares dos governadores de Perillo e Agnelo são citados em conversas telefônicas com integrantes da quadrilha do contraventor.

Já o governador do Rio, Sérgio Cabral, aparece em fotos ao lado do ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish, durante uma viagem a Paris.


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