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'Eu não falarei nada aqui', afirma Cachoeira ao abrir sessão da CPI

Bicheiro disse ter sido orientado por advogados a só falar após ir à Justiça. 'Por enquanto, ficarei calado, como manda a Constituição', declarou
Por Do G1, em Brasília 22/05/2012 - 14:45

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'Eu não falarei nada aqui', afirma Cachoeira ao abrir sessão da CPI

O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente da CPI mista que investiga as relações de Carlos Augusto da Silva Ramos, o Carlinhos Cachoeira com políticos e empresários, concedeu a palavra a ele às 14h12 para dar início à sessão de depoimento do bicheiro.

Cachoeira foi preso em fevereiro pela Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo. Ele é apontado como chefe de uma quadrilha que explorava o jogo ilegal em Goiás e tinha vínculo com autoridades públicos e parlamentares, segundo a investigação da PF. Ele foi levado para depor na CPI por um comboio da Polícia Federal e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

"Constitucionalmente, fui advertido pelos advogados para não dizer nada. E eu não falarei nada aqui. Somente depois da audiência que teremos com o juiz, depois, se acharem que posso contribuir, responderei a qualquer pergunta", afirmou Cachoeira na primeira fala na sessão.

O relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), foi o primeiro a formular pergunta a Cachoeira. Ele quis que Cachoeira dissesse qual era o ramo de atividade dele. Sentado ao lado do advogado Márcio Thomaz Bastos, o bicheiro afirmou que só responderia após audiência na Justiça.

"Eu ajudaria muito, deputado, mas somente depois da minha audiência. Por enquanto, ficarei calado, como manda a Constituição", declarou Cachoeira.

O relator formulou outras duas perguntas sobre empresas relacionadas a Cachoeira, mas ele também se recusou a responder.

O deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) reclamou do silêncio do bicheiro. "O depoente não pode achar que aqui tem um monte de palhaço", afirmou.

Na última pergunta do relator, Cachoeira foi indagado sobre a relação com agentes públicos que têm foro especial, como parlamentares com os quais tem vínculo. "Estou respondendo a um inquérito na Justiça e antes disso não posso falar. Quem forçou minha vinda foram os senhores", declarou Cachoeira.

O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) quis saber sobre relações de Cachoeira com secretários do governador Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal. "Desculpa, por orientação dos meus advogados vou permanecer calado", declarou o bicheiro. Sampaoi depois indagou sobre uma suposta relação de Cachoeira com o ex-ministro José Dirceu (PT). "Eu vou permanecer calado", voltou a afirmar o bicheiro.

O deputado Fernando Francischini indagou Cachoeira sobre a "estrutura" usada para "cooptar autoridades e jornalistas" e perguntou se ele aceitaria um acordo de delação premiada eventualmente proposto pela Procuradoria-Geral da República. "Eu só falo...", disse Cachoeira ao ser interrompido pelo presidente da CPI, que passou a palavra a outro parlamentar.


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