Dilma se emociona ao discursar no lançamento da Comissão da Verdade

Um reencontro com a verdade: é o que a presidente Dilma Rousseff disse esperar dos trabalhos da comissão instalada nesta quarta-feira (16) para investigar crimes contra os direitos humanos. Acompanhada de quatro ex-presidentes, Lula, Fernando Henrique Cardoso, José Sarney e Fernando Collor, a presidente fez um discurso emocionado ao lembrar os mortos, desaparecidos e torturados.

“As novas gerações merecem a verdade e, sobretudo, merecem a verdade factual aqueles que perderam amigos e parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia”, disse.

Dilma Rousseff fez questão de repetir que a comissão não vai trabalhar movida pelo revanchismo ou ódio, mas para colocar luz sobre os fatos, sem camuflagens, vetos ou proibições. O que também foi destacado por José Carlos Dias, um dos integrantes da comissão: “Nossos olhos devem estar projetados ao futuro, às novas gerações, na esperança que a democracia brasileira jamais volte a ser violentada”.

Um dos principais objetivos da comissão é saber exatamente o que aconteceu com os mortos e desaparecidos durante a ditadura. Ainda não está claro se serão investigados apenas os crimes cometidos por agentes do Estado ou também por militantes da luta armada.

A comissão fez sua primeira reunião de trabalho e. terá dois anos para preparar um relatório com os detalhes de tudo o que for apurado: “Vamos examinar todas as violações graves de direitos humanos, recuperar a memória do país e a verdade histórica. Nós estamos trabalhando com a lei em baixo do braço, a lei da verdade”, afirmou Gilson Dipp.