Zorra total

Ex-deputado que guardou dinheiro em meia diz que não sabia de 'mensalão'

Leonardo Prudente disse ter recebido dinheiro de delator mais de uma vez. Durval Barbosa disse ter pago R$ 50 mil por mês ao deputado desde 2003
Por Do G1, DF 16/05/2012 - 10:03

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Ex-deputado que guardou dinheiro em meia diz que não sabia de 'mensalão'

O ex-deputado distrital Leonardo Prudente (ex-DEM) disse ontem, terça-feira (15), que não tinha conhecimento do mensalão do DEM, suposto esquema de pagamento de propina à base aliada do ex-governador José Roberto Arruda, preso em 2010 após ser afastado do cargo.

Prudente, que foi afastado da presidência da Câmara Legislativa do Distrito Federal em 2010 por suposto envolvimento no esquema e ficou famoso por ter sido flagrado em vídeo colocando nas meias dinheiro, prestou depoimento como réu durante audiência de instrução e julgamento no Tribunal de Justiça do DF.

O TJ informou que Prudente afirmou ter tido conhecimento do mensalão do DEM pela imprensa. Ele também teria dito, durante o depoimento, que recebeu três ou quatro vezes cerca de R$ 20 mil de Durval Barbosa, delator do esquema de pagamento de propina, para aplicação em sua campanha eleitoral.

O Tribunal de Justiça informou ainda que Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do governo Arruda que também prestou depoimento na audiência desta terça, disse que ele prórpio pagou a Prudente mensalmente R$ 50 mil desde 2003.

Após o depoimento de Durval Barbosa, a defesa de Prudente dispensou os depoentes Geraldo Maciel, chefe da Casa Civil do governo Arruda, e Junior Brunelli (ex-PSC), ex-distrital protagonista do que episódio que ficou conhecido como “oração da propina”.

Segundo o advogado do ex-parlamentar, Herman Barbosa, Maciel já havia protocolado sua resposta junto ao Tribunal e Brunelli já havia deposto em outra ocasião.

O advogado não quis comentar o depoimento de Durval barbosa. "Não vou entrar no mérito das questões porque o depoimento foi muito longo e preciso analisar", disse.

Na próxima quinta-feira (17) será realizada outra audiência no TJDF para ouvir Domingos Lamoglia, ex-chefe de gabinete de Arruda e conselheiro do Tribunal de Contas do DF que foi afastado do cargo.

O Tribunal também pretende ouvir Arruda, mas ainda não localizou o ex-governador.

 

Caixa de Pandora
A Operação Caixa de Pandora foi deflagrada pela Polícia Federal em 2009 para investigar o suposto esquema de pagamento de propina no GDF. Durante o depoimento de Barbosa, ele também informou, segundo o TJ, que parlamentares da base aliada do ex-governador Arruda receberam R$ 420 mil para a aprovação do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot).

Barbosa também disse que Prudente tinha grande interesse em participar "de qualquer jeito" de projeto do governo para instalar câmeras de vigilância no DF. Segundo ele, o projeto envolveria cerca de R$ 100 milhões em contratos.


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