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CPI começa no Congresso e depoimento de Cachoeira é marcado

Ainda não há previsão para que os parlamentares ouçam o dono da Delta, os deputados federais e os governadores citados nas gravações da Polícia Federal
Por G1, Bom dia Brasil 03/05/2012 - 08:52

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A CPI do Cachoeira começou no Congresso e um dos depoimentos que todo mundo quer ouvir, o de Carlinhos Cachoeira, foi marcado. E na CPI mista, o depoimento do bicheiro está previsto para daqui duas semanas, no próximo dia 15. Mas ainda não há previsão para que os parlamentares ouçam o dono da Delta, os deputados federais e os governadores citados nas gravações da Polícia Federal.

 

Uma tropa de choque daquelas. CPI com a programação que os governistas pretendiam. “Fica claro que o plano de trabalho tem o sentido de atender às investigações do governo”, disse o deputado Bruno Araújo, do PSDB de Pernambuco.

 

Primeiro, serão ouvidos procuradores e delegados que participaram das investigações. O bicheiro Carlos Cachoeira, que teve os sigilos bancário e fiscal quebrados, vai falar à CPI no dia 15. Não há convocação até agora dos governadores Agnelo Queiroz, do PT do Distrito Federal, Marconi Perilo, do PSDB de Goiás, citados em gravações, e de Sérgio Cabral, do PMDB do Rio, pela relação próxima com o dono da Delta.

 

Já a Delta, que tem contratos bilionários com o governo, terá o foco das investigações restrito ao Centro-Oeste. E não há definição sobre a vinda do dono da construtora, Fernando Cavendish.

 

“Nós vamos analisar toda a documentação, que a Polícia Federal vai nos encaminhar e a partir desta análise, nós teremos condição de dizer se vamos convocar ou não o Cavendish”, deputado Odair Cunha do PT de Minas Gerais, relator da CPI.

 

O presidente da CPI mandou guardar as cópias dos relatórios das investigações que já estão no Congresso. O material foi colocado em um cofre, em uma sala em que a equipe do Bom Dia Brasil não teve autorização para entrar.

 

“Uma equipe de profissionais de tecnologia está estudando mecanismos para evitar que nós sejamos constrangidos com algum tipo de vazamento”, afirma o presidente da CPI, Vital do Rêgo.

 

“Todos temos que ter acesso a esses documentos, não é possível que tenhamos que esperar mais uma semana”, destaca um senador.

 

Nos documentos há gravações feitas pela polícia que flagraram, por exemplo, o bicheiro Carlinhos Cachoeira tentando evitar que o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Luiz Antônio Pagot, que perdeu o cargo acusado de irregularidades, revelasse parte do esquema do grupo, em um depoimento que faria no Senado. Ao falar com o ex-diretor da Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, Cachoeira se mostra tranquilo.

 

Carlos Cachoeira: Ele não vai falar nada. Senão o cara fala que jantou lá, com Fernando, com ele. Não vai falar isso, porque está dando tiro no pé também.
Cláudio: É, positivo. Tem nada a ver.

 

Segundo a Polícia Federal, Fernando é Fernando Cavendish, ex-presidente da Delta, que teria jantado com o bicheiro Cachoeira e o senador Demóstenes Torres. O depoimento foi em uma comissão do Senado, em julho do ano passado. No dia, o senador Demóstenes saiu da sessão ironizando o depoimento de Pagot: “Fogo Pagot”, disse.

 

Fernando Cavendish e Luiz Antonio Pagot não foram localizados para comentar a reportagem. E o depoimento do senador Demóstenes Torres está marcado para o dia 31 de maio.

 

Já no Conselho de Ética, o senador Humberto Costa deve apresentar nesta quinta o relatório preliminar sobre o processo por quebra de decoro contra Demóstenes. O julgamento dele está previsto para a próxima terça-feira.


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