Chorando inocência

Presidente do PRTB chama de 'blefe' denúncias de elo com Cachoeira

Fidélix, que é pré-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, disse que nunca teve contato com pessoas ligadas ao bicheiro
Por Do G1, em Brasília 02/05/2012 - 12:38

ACESSIBILIDADE

Presidente do PRTB chama de 'blefe' denúncias de elo com Cachoeira

O presidente e fundador do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB),Levy Fidélix, negou nesta quarta-feira (2) que tenha qualquer tipo de envolvimento com o grupo do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso no final de fevereiro e acusado de comandar uma quadrilha jogos ilegais.

 

Fidélix chamou a denúncia de "blefe" e atribuiu a citação de seu nome em gravações telefônicas com a campanha eleitoral deste ano.

 

"Solta-se muitas vezes uma lebre pros cachorros irem atrás. Eu acho que esses que tem interesse, os grandes partidos, soltaram uma lebrezinha chamada Dadá e Cachoeira e a imprensa foi atrás. Infelizmente foi um blefe, um grande blefe"

 

Conversas telefônicas gravadas pela Polícia Federal e publicadas na terça-feira (1º) pelos jornais "O Estado de S.Paulo" e "Folha de S.Paulo" indicam que Cachoeira teria tentado comprar o PRTB, com investidas no diretório do partido em Goiás.

 

O nome de Fidélix é citado nas conversas entre Cachoeira e Idalberto Matias, o Dadá, um dos principais auxiliares do bicheiro, segundo a PF.

 

Fidélix, que é pré-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, disse que nunca teve contato com pessoas ligadas ao bicheiro. "Nem contato telepático, nem sexual, muito menos pessoal houve (com o grupo de Cachoeira)", declarou.

 

Audiência
O presidente do partido informou que solicitou uma audiência com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para tratar sobre o vazamento dos diálogos interceptados pela Polícia Federal.

 

"Minha pretensão é saber dele como é que vazam uma citação. Se tem lá o Lula e a Dilma, como é que fica? Imagina se tem o papa. Vão chamar o papa pra depor?", questionou Fidelix. De acordo com ele, o fato de seu nome ter aparecido em citações não o incrimina.

 

Conversas
Nas gravações feitas pela PF, Dadá é quem sugere o partido para Cachoeira.

 

Dadá: O cara que é o presidente nacional. É um tal de Levy Fidelix. É difícil de mexer toda a vida, viu? É um cara complicado, mas eu acho que tem chance também.
Carlinhos: Ué, se negociar ele entregar o partido. Você acha que depois ele pode trair o ???
Dadá: Acho que tem que cumprir os acordos financeiros com ele escalonado. Tem que pagar na frente e tchau.
Carlinhos: É vou ver então.Tchau.
Três dias depois, Cachoeira e Dadá conversam sobre valores que seriam pagos a um partido.
Dadá: Aquele valor que eu falei procê já aumentou, entendeu? Falou que era 200, passou para 300.
Cachoeira: Que que é isso? Os caras tão roubando. Que garantia que tem?
Dadá: Disse que faz na hora, entendeu? O presidente vem e faz tudo entendeu e vai para o TRE. Resolve tudo. Isso aí, o cara fica com o estado todo na mão, né? Aí ele nomeia os municipais. Foi o que ele me falou.
Cachoeira: Oferece R$ 150 mil. Até R$ 200 mil dá pra fazer. Mas tem que ter garantia né, Dadá?
Dadá: Falou, então.
Uma semana depois, Dadá avisa Cachoeira.
Carlinhos:Conseguiu falar com o Fidelix?
Dadá: Tá no Paraná. Tá chegando dez horas. Colega vai pegar ele lá.
De acordo com a investigação da operação Monte Carlo, as conversas sobre compra do partido vão até agosto. Cachoeira continua interessado. Cobra de Dadá uma definição. Insiste que ele marque uma conversa com Levy Fidelix para desenrolar o assunto. Mas a polícia não descobriu se houve o tal encontro e se o negócio foi mesmo fechado.


Encontrou algum erro? Entre em contato