Vida Severina

Municípios do sertão de Alagoas estão sem abastecimento de água

Ao todo, 33 cidades fazem parte do polígono da seca em Alagoas. Elas têm direito ao abastecimento com carros-pipa, sem necessidade de decreto de situação de emergência
Por G1, Bom dia Brasil 27/03/2012 - 09:21

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Municípios do sertão de Alagoas estão sem abastecimento de água

A seca é um problema muito antigo. No sertão de Alagoas, 18 municípios estão sem abastecimento há mais de um mês. Falta quem conserte uma bomba e a água que as pessoas têm pra beber é de péssima qualidade.

 

 

 

Sob um calor escaldante, carros de boi se enfileiram na estrada em busca do bem mais precioso para o sertanejo: a água. O açude é guardado a cadeado, mas o dono da propriedade, o agricultor Bento Leite da Silva, deixa que os moradores encham os tonéis. “De três em três dias, pega um tambor aqui”, conta.

 

 

 

Ao todo, 33 cidades fazem parte do polígono da seca em Alagoas. Elas têm direito ao abastecimento com carros-pipa, sem necessidade de decreto de situação de emergência. Mas 18 desses municípios não recebem água desde o início de março. E os açudes são a única opção para a sobrevivência dos moradores.

 

 

 

O problema foi causado em uma bomba, que fica no Rio São Francisco, no município de Pão de Açúcar. Dois dos três motores de propulsão pararam de funcionar há pelo menos um mês. “A crise das empresas é muito grande, e infelizmente não vínhamos fazendo a manutenção preventiva”, reconhece o gerente da unidade de negócios da Bacia Leiteira, José Arnaldo Pereira.

 

 

 

Como em Alagoas não há empresas especializadas no conserto, os equipamentos foram levados para Pernambuco. Enquanto isso, a companhia de abastecimento fornece água apenas para atender hospitais, escolas e prédios públicos de alguns municípios. Na estação, em São José da Tapera, são horas de espera para conseguir água. “Demora de duas horas a duas horas e meia”, diz o motorista José de Assis Duarte.

 

 

 

A situação mais crítica está em municípios como Dois Riachos e Jaramataia. “A gente é obrigado a ferver a água para matar os micróbios, para poder beber, porque senão nós íamos morrer de sede”, revela o agricultor João Sousa. “O pior é que você não tem nem onde comprar”, comenta a empregada doméstica Salete Maranhão.


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