“Lessa implantou em Alagoas o socialismo da picaretagem”

Por 06/10/2011 - 00:00

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“O Ronaldo costumava dizer que Alagoas precisava sair da turma do atraso. Isso é uma demagogia, uma mentira porque a turma do atraso é a que ele está hoje.” A afirmação foi do ex- deputado Cleto Falcão, na sua última entrevista. Ele falou na TV Mar em abril de 2010, em conversa com “Canetinha’, apresentador do Programa Cidade Aflita. No tom de deboche de Cleto, um hábito nas suas análises políticas, perguntou: Ou será que essa turma de Lessa virou progressista?”

Durante a entrevista, Cleto não poupou ninguém e soltou farpas para todos os lados. Falou dos mandatos desastrosos de Lessa, da nova turma de aliados do ex-governador e da impunidade dos taturanas que desviaram mais de R$ 302 milhões da ALE. Relembrou ainda a Era Collor e do governo de Téo Vilela.

GOVERNO LESSA
“Lessa, que chegou como uma novidade, como o cara que veio fazer uma política diferenciada, é hoje um fisiológico atrás de um mandato fazendo qualquer tipo de concessão, elogiando as pessoas que denegriram e o agrediram. Agora é a turma moderna, progressista, socialista. Eu nunca vi uma picaretagem tão grande quanto esse socialismo de Alagoas por que é só interesse pessoal”. A declaração foi feita a época em que Ronaldo Lessa (PDT) era candidato ao governo e se uniu a antigos oposicionistas para derrubar Teotônio Vilela (PSDB).

Contundente na entrevista, Cleto acusou Lessa de destruir Alagoas. “Ele chegou como o novo no governo, mas nos oito anos fez tudo de errado como os outros. Nomeou até o irmão para o Tribunal de Contas sem diploma. O Ronaldo, que se dizia o socialista, o crítico, não se diferenciou em absolutamente nada dos antecessores. Tirar o Téo do governo para colocar Alagoas na mão de qualquer um desses do Chapão é convidar um assaltante para ir morar em sua casa.”
SOBRE TATURANAS

Da metralhadora giratória do ex-deputado Cleto Falcão, na entrevista a TV Mar, os deputados envolvidos na Operação Taturana também não escaparam de sua análise crítica. Ele, na época da entrevista, seis meses antes das eleições estaduais, prenunciou que os parlamentares denunciados, algemados e que “tocaram piano” na Polícia Federal têm até hoje currais eleitorais que evitam surpresas desagradáveis para esses fucha-sujas nas urnas.

A afirmação de Cleto foi em resposta a uma pergunta do entrevistador “Canetinha”. Acrescentando: “Se você se refere aos Taturanas, não afetou em nada a possibilidade de reeleição deles. O sujeito é taturana, mas como tem as suas bases e cumpre os compromissos com aquelas pessoas que o acompanham, vai ter o voto do mesmo jeito. Agora, reflexo haveria se disputassem majoritária.”

ERA COLLOR
No estilo franqueza e pelo fato de ter sido líder do governo Collor, Cleto fez um relato sobre a vida pública do ex-presidente com previsões sombrias sobre o futuro político dele, principalmente quanto a impossibilidade de ser novamente eleito presidente da Republica. Definiu Collor como educado, inteligente, mas era imaturo na época em que presidiu o País. “Achou que poderia governar o Brasil sem o apoio do Congresso”.

Cleto foi de opinião que “qualquer presidente que tentar governar sem o Congresso não vai conseguir. A essa insistência frustrada são exemplos João Goulart (exilado) Jânio Quadros (forçado a renunciar), Getúlio Vargas (cometeu suicidio) e Fernando foi impichado.” Ainda sobre Collor acrescentou: “Quero deixar claro que não tenho nada contra o Fernando. Pessoalmente é muito culto, preparado e bom para conversar.” Cleto morreu dia 24, em Maceió, aos 58 anos, vítima de câncer.

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