AVANÇO

Portugueses publicam genoma do vírus da varíola dos macacos

Por Agência Brasil com agências internacionais 24/05/2022 - 07:51

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Uma equipe de pesquisadores portugueses divulgou o primeiro rascunho da sequência do genoma do vírus Monkeypox, conhecido como “varíola dos macacos”. A sequência genômica do Monkeypox foi elaborada por um grupo de pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), de Lisboa. O artigo foi publicado no site Virological.

Os pesquisadores, liderados por João Paulo Gomes, relataram que o resultado foi obtido pelo método swab coletado em 4 de maio em lesões cutâneas de um paciente do sexo masculino. Segundo o estudo, a primeira análise do esboço do genoma indica que o vírus de 2022 pertence à região da África Ocidental e está mais relacionado ao vírus da varíola dos macacos, exportado da Nigéria, em 2018 e 2019, para países como Reino Unido, Israel e Cingapura.


De acordo com a publicação, os dados preliminares serão atualizados com a divulgação de novos dados do genoma, "que serão importantes para elucidar a origem e disseminação internacional do vírus atualmente circulante". No Twitter, o diretor do Centro de Pesquisa em Epidemias Sul-Africano, o brasileiro Túlio de Oliveira, afirmou que "é um novo nível de compartilhamento de dados científicos", ou seja, são divulgados à medida em que são produzidos.

"Isso é incrível, 'As sequências do genoma serão ainda mais apuradas (para refinar regiões de baixa cobertura, indels e tratos homopoliméricos) assim que os dados de alta profundidade da Illumina estiverem disponíveis (sequenciamento em andamento).'", afirmou.

Monkeypox


Em maio deste ano, foram registrados casos de varíola dos macacos em vários países, como Portugal, Reino Unido, Espanha, Suécia, Bélgica e Estados Unidos. Cientistas analisam a introdução e a rápida disseminação da doença nesses países. Para os pesquisadores, a determinação da sequência genômica do vírus causador dessas infecções deve contribuir para o melhor entendimento da epidemiologia, fontes de infecção e padrões de transmissão.

OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) não acredita que o surto de varíola dos macacos fora da África exija vacinações em massa, uma vez que medidas como boa higiene e comportamento sexual seguro ajudarão a controlar a propagação, disse uma autoridade sênior nesta segunda-feira (23).

Em entrevista à Reuters, Richard Pebody, que lidera a equipe de patógenos de alta ameaça na OMS Europa, também afirmou que os suprimentos imediatos de vacinas e antivirais são relativamente limitados.

Os comentários ocorrem no momento em que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA disse que estava em processo de liberação de algumas doses da vacina Jynneos para uso em casos de varíola dos macacos.

Autoridades de saúde pública na Europa e na América do Norte estão investigando mais de 100 casos suspeitos e confirmados da infecção viral no pior surto do vírus fora da África, onde a doença é endêmica.


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