CINCO ANOS

Luis Arce toma posse como presidente da Bolívia

Por AFP 08/11/2020 - 16:57

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Um ano após a queda do presidente esquerdista Evo Morales, seu afilhado político Luis Arce tomou posse, neste domingo (8), como o novo presidente da Bolívia. O economista de 57 anos - com mestrado na Grã-Bretanha - com perfil de tecnocrata assume o cargo com o desafio de fechar as feridas políticas no país após golpe no ano passado e superar a crise econômica.

Arce sucederá a presidente interina de direita Jeanine Áñez por um mandato de cinco anos, o que marcará a volta ao poder do Movimento pelo Socialismo (MAS), liderado por Morales. O ex-presidente retornará ao país na segunda-feira (9) de seu exílio na Argentina.

Arce venceu de forma esmagadora as eleições de 18 de outubro, que substituíram as eleições de 2019, que marcaram a queda de Morales após 14 anos no poder.

Durante a campanha, Arce ergueu a bandeira da bonança econômica do governo Morales (2006-2019), de quem foi ministro da Fazenda - época de alto crescimento do PIB e participação ativa do Estado na economia, além de redução da pobreza.

No entanto, o arquiteto do "milagre" econômico boliviano tem vários desafios pela frente, entre eles a reconciliação em um país polarizado, reativação do aparato produtivo e provar que é ele quem controla o país, e não seu mentor.

O novo presidente deverá deixar claro que ele será o verdadeiro governante e que Morales não se tornará o poder por trás do trono, segundo analistas.

Morales, de 61 anos, retornará à Bolívia na segunda-feira, um ano depois de renunciar após ameaças das Forças Armadas em meio a protestos e denúncias de fraude eleitoral quando buscava um polêmico quarto mandato consecutivo. Estas, feitas pela Organização dos Estados Americanos (OEA), foram feitas por meio de relatório que, meses depois, a mídia estadunidense admitiu ser falho.

O ex-presidente entrará em uma caravana pela fronteira com a Argentina e fará uma viagem de 1,1 quilômetro até o Trópico de Cochabamba, onde emergiu como o líder dos cocaleiros, em uma jornada que ameaça chamar a atenção nacional e internacional e ofuscar a agenda da Arce.


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