ESPAÇO

NASA testa combustível "verde" para lançamento de foguete

Por Assessoria 19/06/2019 - 17:33

ACESSIBILIDADE


Pela primeira vez um propulsor “verde” será testado no espaço. O combustível desenvolvido pelo Laboratório de Pesquisa da Força Aérea norte-americana (Air Force Research Laboratory) vai abastecer o lançamento do Falcon Heavy (o foguete mais potente do mundo) da SpaceX, de Elon Musk. A NASA, agência do Governo Federal dos Estados Unidos responsável pela pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e programas de exploração espacial, fará o teste do desempenho do material, assim como um sistema de propulsão compatível, na Green Propellant Infusion Mission (GPIM), agendada para o final deste mês. 

O lançamento acontece a partir do Kennedy Space Center, que fica no estado da Flórida, Estados Unidos.De acordo com a NASA, o propelente combina nitrato de hidroxila e amônio com um oxidante, permitindo que ele queime e crie uma alternativa à hidrazina*, um composto químico presente nos combustíveis utilizados atualmente nos motores de propulsão, altamente tóxico e poluente. O novo combustível “verde” não é tóxico para humanos e poderá ser usado nas próximas missões espaciais.


*A hidrazina compõe os combustíveis espaciais desde a Segunda Guerra Mundial. A exposição à substância pode causar irritação na pele, cegueira temporária e até convulsões ou coma, sem mencionar danos em órgãos como o fígado, rins e sistema nervoso central. O manuseio do líquido transparente requer precauções de segurança rígidas: roupas de proteção, luvas grossas de borracha e tanques de oxigênio.

Além do combustível “verde” oferecer mais segurança, é 50% superior em rendimento, o que significa um aumento da autonomia dos foguetes e, consequentemente, atenderá melhor as viagens espaciais de longa duração. “Temos interesse em utilizar combustíveis verdes na indústria espacial”, disse, em comunicado, o diretor de desenvolvimento de negócios da Aerojet, Fred Wilson. “A tendência será enviar satélites cada vez menores, para fazer missões mais frequentes no espaço”, completou. A missão GPIM promete também menos restrições no manuseio do combustível, o que permitirá um tempo menor de preparação antes do lançamento. 

“A espaçonave poderia ser abastecida durante a fabricação, simplificando o processamento na instalação de lançamento, resultando em economia de custos”, disse Christopher McLean, principal pesquisador da GPIM na Ball Aerospace, companhia que lidera a missão de demonstração da nova tecnologia. Segundo a NASA, depois de testada no espaço, esta tecnologia tem potencial para ser utilizada em uma variedade de missões dentro do novo programa Artemis, que inclui voos espaciais tripulados com o objetivo de, a longo prazo, estabelecer a presença norte-americana "sustentável" na Lua e em Marte.


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