Internacional

Após críticas aos EUA na ONU, Dilma vai defender que país invista no Brasil

Ela discursa em evento em NY sobre oportunidades na economia brasileira. Para governo, mal-estar com EUA sobre espionagem não afeta comércio
Por Do G1, em Nova York 25/09/2013 - 09:26

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Após proferir um enfático discurso na Assembleia-Geral das Nações Unidas contra as práticas de espionagem dos Estados Unidos, a presidente Dilma Rousseff (25) dedicará a agenda desta quarta-feira (26) em Nova York para assegurar a investidores norte-americanos que o comércio bilateral não será afetado pelo mal-estar entre os dois países.

Dilma discursará em um seminário sobre oportunidades de investimentos no Brasil, promovido pelo banco norte-americano Goldman Sachs, e falará sobre oportunidades de negócios na área de infraestrutura. Nesta segunda (24), a presidente usou a maior parte dos 23 minutos de discurso na abertura da Assembleia-Geral da ONU para criticar o acesso ilegal da NSA, agência de segurança dos EUA, a comunicações da própria Presidência da República, de ministros e da Petrobras.

Diante das delegações de mais de 190 países, Dilma afirmou  que as ações de inteligência dos Estados Unidos “ferem” o direito internacional e “afrontam” os princípios que regem a relação entre os países.

Na última terça-feira (17), ela anunciou o adiamento da visita de Estado que faria em outubro a Washington, nos Estados Unidos, em razão das denúncias de espionagem.

No entanto, ao mesmo tempo em que profere um discurso duro contra o governo norte-americano na ONU, a presidente quer deixar claro que a relação bilateral na área econômica não deve ser afetada.

O assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, e o embaixador do Brasil em Washington, Mauro Vieira, afirmaram nesta terça que o governo quer preservar os “interesses comuns” entre Brasil e EUA.

“A situação comercial não muda. São questões paralelas [as desavenças políticas e a relação econômica]”, disse Marco Aurélio Garcia.

“Temos muitos interesses em comum e isso permanence. Não será afetado”, enfatizou o embaixador do Brasil em Washington.

Além de Dilma, a equipe econômica do governo e presidentes de bancos públicos brasileiros estarão no evento desta quarta com investidores estrangeiros, inclusive o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

O seminário terá início às 8h30 com um discurso do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que apresentará dados sobre a expectativa econômica do Brasil e as oportunidades de investimentos em obras de rodovias, aeroportos e ferrovias.

O ministro almoçou nesta terça (24) com presidentes de grandes fundos de investimentos para apresentar as perspectivas de aplicação de recursos no país. “Estamos convidando investidores a participar de investimentos em infraestrutura. A infraestrutura vai puxar a economia brasileira”, disse Mantega após a reunião.

Entre quinta (25) e sexta (27), o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo, irá se reunir com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, para tratar das ações de espionagem dos EUA.

Segundo assessores do ministro, ele vai cobrar explicações sobre as denúncias de acesso a correspondências privadas, mas também irá frisar que o impasse político não pode afetar a relação comercial entre os dois países.


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