Internacional

Japão vai gastar o equivalente a R$ 1,1 bilhão em Fukushima

Dinheiro será usado para resolver problema de vazamentos radioativos. As autoridades desejam assumir a liderança das operações
Por Do G1, em São Paulo 03/09/2013 - 09:40

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O Estado japonês gastará 47 bilhões de ienes (correspondente a R$1,1 bilhão) para resolver o problema de água radioativa que invadiu a central nuclear de Fukushima, de acordo com a AFP. Esse gasto vai ser necessário já que a operadora Tokyo Electric Power (Tepco) não consegue administrar sozinha a questão.

As autoridades desejam assumir a liderança das operações enquanto o mundo se preocupa com as numerosas avarias relacionadas à presença de grandes volumes de água com césio, estrôncio, trítio e outras substâncias radioativas que vazam para o mar.

'Calculamos em 47 bilhões de ienes o valor necessário', afirmou o porta-voz do governo, Yoshihige Suga. As autoridades afirmam que sentiram a necessidade de não deixar o problema totalmente sob responsabilidade da empresa que administra a central nuclear, a Tokyo Electric Power (Tepco).

'Queremos adotar medidas fortes para resolver de forma radical os problemas em Fukushima', declarou Suga.

'O mundo inteiro pergunta se o Japão conseguirá ou não desmantelar a central nuclear de Fukushima Daiichi. O governo vai trabalhar para enfrentar esta situação', declarou o primeiro-ministro conservador Shinzo Abe, um defensor da energia nuclear.

O novo investimento público será destinado, em dois terços, para a construção de uma barreira para bloquear a água subterrânea contaminada entre os reatores e o mar, que continua vazando, todos os dias, no Oceano Pacífico.

Quase 300 toneladas de água acumulada sob a terra entre os reatores e o mar chegam todos os dias ao Oceano Pacífico. Os recursos também serão destinados à instalação de meios suplementares de descontaminação da água armazenada nos cerca de mil depósitos pouco confiáveis

A medida deve aumentar as capacidades dos sistemas conhecidos como ALPS para limpar a água de quase 60 matérias radioativas, com exceção do trítio, que exige outras ações.

A Tepco, operadora da central de Fukushima, acidentada pelo tsunami de 11 de março de 2011, busca soluções para as 400 mil toneladas de água contaminada que se encontram sob a terra, ou em tanques especiais.

Recentemente, um depósito perdeu 300 toneladas de líquido muito radioativo e parte do material chegou ao oceano, um incidente considerado 'grave' pelo governo.

O presidente da agência de regulamentação nuclear, Shunichi Tanaka, advertiu na segunda-feira que é impossível imaginar um armazenamento permanente da água (procedente da irrigação para refrigerar os reatores) e disse que em um determinado momento a água terá que ser jogada no mar, depois de purificada a um ponto 'admissível pela comunidade internacional'.

O anúncio do governo foi feito em um momento no qual a Tepco anuncia praticamente todos os dias novos contratempos a respeito da água radioativa, que provoca muitas inquietações no exterior.

Tóquio teme que a situação de Fukushima prejudique a candidatura da cidade para receber os Jogos Olímpicos de 2020. A capital japonesa disputa com Madri e Istambul a sede do evento. A decisão será anunciada no próximo sábado em Buenos Aires.


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