Saudade

1 ano sem Ródio Nogueira

Por 01/05/2012 - 10:27

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1 ano sem Ródio Nogueira

Da Redação

O jornalista Ródio Nogueira, 61 anos, faleceu na manhã de 2 de maio de 2011.  Ele passava por tratamentos na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) da Santa Casa de Maceió e respirava com a ajuda de aparelhos.  Ródio havia sido internado vítima de cirrose hepática, que acarretou outras doenças e não resistiu.  

Natural de Santana do Ipanema, Ródio veio morar em Maceió ainda adolescente. Apaixonado pelo jornalismo, em 1976 pede demissão do banco em que trabalhava como caixa e vai estagiar sem remuneração no Jornal de Hoje. Em 1980 passa a trabalhar no Jornal de Alagoas, onde junto a um grupo de amigos ganha o Prêmio Esso.

Na época, trabalhou nas sucursais de União dos Palmares, Delmiro Gouveia e outros municípios alagoanos. Nos anos 90 passa pela redação do Jornal Diário. Depois foi para o Jornal Gazeta de Alagoas e atuou no Jornal Extra até junho de 2010 quando se aposentou.

Ródio Nogueira se destacou trabalhando também em assessorias de comunicação e no rádio alagoano. Na Rádio Progresso apresentou junto de outros colegas o boletim de líder de audiência da programação audiência "Ronda Policial". Na época, além de repórter e redator ele escrevia crônicas que eram lidas por Sílvio Sarmento.

O jornalista deixou a esposa, Maria Telma, os filhos Adelaíde Nogueira, também jornalista, e Luiz Alfredo, radialista, e a neta Maria Clara.

Convite de missa de 1  ano de falecimento 

A família do jornalista RÓDIO NOGUEIRA convida a todos para a missa de 1 ano de seu falecimento a ser  realizada às 20h30 horas desta quarta-feira, 2 de maio.  A celebração acontece na Capela de Dom Bosco, AV. Siqueira Campos, Trapiche, Maceió-AL.

Saudade de você!

Parece que foi ontem, que ouvi seus primeiros gritinhos, na maternidade, nascia Adelaide Maria ou Maria Adelaide, nunca aprendi mesmo, mas que veio para este mundo semear a paz. Fruto de um amor que Deus soube abençoar”. Sei que quanto for embora desse mundo, deixo aqui essa menina que ajudará a combater a guerra das mais diversas formas” – (Trecho de uma crônica escrita pelo Ródio Nogueira, quando fiz seis anos. Esse texto, na integra, foi lido na extinta Rádio Progresso, pelo grande Sílvio Sarmento, no dia 24/05/1986).

Bom, o trechinho já foi lido inúmeras vezes por mim, ao longo da vida. Chamo na verdade de declaração de amor. Afinal, foi escrito pelo meu Pai, o homem que mais me amou no mundo. Para que chorar? Chorar é fim. Você existe em mim. Pois é, é assim que hoje passado um ano, eu penso: claro que ainda e por inúmeras vezes, eu choro e choro. Mas é saudade, que embora alguns digam que passa, em mim, ela existe e persiste.

Um ano, muito tempo para alguns, mas agora sou eu que digo, parece que foi ontem, que recebi do médico, seu diagnostico. Um choque, um baque, eu não sabia o que fazer: se contar tudo ou parte do que ouvi. Decidi que ia contar o que conseguisse falar e assim foi. No dia seguinte, você já tava num leito de hospital, perdendo suas forças, olhar distante. Ora conversava e ora perdia a completa consciência, mas nunca perdeu a ternura, a singeleza e a educação. Não houve na Santa Casa de Misericórdia de Maceió, quem não olhasse com carinho para você. Isso foi bom, porque me deu força, para caminhar 15 dias, pelos corredores daquela unidade de saúde. E como escreveu um dia seu irmão, Luiz Nogueira, “É sempre assim: ou o telefone, ou a televisão. Eles são velozes”. Foi pelo telefone, que soube através de uma psicóloga do hospital, da sua partida. Na hora, chovia tanto. Eu levantei e avisei a Telma, que avisou ao meu irmão. Fui ao hospital, liberei o corpo e segui com todo o procedimento necessário. Contei com a ajuda, um tanto agoniada, dos meus amigos Rodrigo Alécio e James Júnior. Mas parecia que uma multidão tava comigo, porque foram inúmeros telefonemas e mensagens de apoio e carinho. O que se seguiu da mesma forma durante todo o dia, até a despedida final. Fiz questão de viver cada minuto dessa despedida, não me viram desesperada chorando, nem gritando. Fui tomada por uma força sem explicação. Fui cercada por pessoas que me amam, que admiravam seu trabalho e principalmente que assim como eu, até hoje lembram com carinho de você.

O escritor disse que "a gente não morre, fica encantado". Depois de sua partida, tive certeza da verdade da frase. Muito obrigada pela vida linda que você me deu, pelos carinhos, ensinamentos e por tudo que um pai pode proporcionar.

 

Adelaide Nogueira  *É jornalista


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