Tucanos estão em AL para acompanhar o julgamento do Caso Ceci

Personalidades da política nacional já estão em Alagoas para acompanhar no Fórum da Justiça Federal (em Maceió), o julgamento dos acusados pelas mortes da ex-deputada Ceci Cunha (PSDB), do seu marido e de seus familiares, crime ocorrido em 1998. Além da presidente nacional do PSDB Mulher e deputada federal por Mato Grosso Telma de Oliveira (PSDB), estão em Maceió o deputado estadual pelo Rio Grande do Sul e advogado criminalista Jorge Pozzobon (PSDB), a advogada Luciana Loureiro, do PSDB Mulher Nacional, a secretária da Mulher do Governo de Minas Gerais Eliana Piola e a ex-deputada federal e também tucana Moema Santiago. As autoridades presentes aguardam a punição dos responsáveis pelo assassinato de Ceci Cunha e participam, em Maceió, da mobilização que começou neste fim de semana com panfletagem pelas ruas da c apital e continua, amanhã, com caminhada por Justiça e ato público no bairro da Serraria.

Embora as lideranças do PSDB Nacional e de Alagoas tenham "puxado" a mobilização por justiça no julgamento do caso Ceci Cunha, o presidente estadual do PSDB Alagoas, Claudionor Araújo, destaca que a participação e o clamor por justiça é um movimento suprapartidário. "Como a deputada federal Ceci Cunha foi uma grande liderança do partido, nos coube, apenas, impulsionar a mobilização, que não seria possível sem o envolvimento da sociedade civil organizada, das instituições, das comunidades, mulheres e jovens. É um momento histórico não só para Alagoas, mas para o Brasil e para a democracia, e precisamos da participação e do envolvimento de todos”, destaca o presidente tucano, correligionário e amigo pessoal da deputada Ceci Cunha, que convoca autoridades, entidades e toda a população para acompanhar o julgamento e participar a mobilização por justiça.

LIDERANÇA HISTÓRICA

Em nota divulgada à imprensa, o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), afirmou que o partido tem muito orgulho de ter tido Ceci Cunha em seu quadros. “E trabalhará de forma permanente para defender e honrar a sua memória. Por isso, testemunhará o julgamento dos assassinos, vigilante e convicto de que a justiça será feita”, destacou o presidente.

Durante esta semana, parlamentares em todo o país pronunciaram-se a respeito do caso. Para os tucanos Jorginho Mello (SC) e Vanderlei Macris (SP), a demora de 13 anos para o julgamento passa uma sensação de impunidade. Na visão dos parlamentares, o Congresso precisa alterar a lei para acelerar os processos.

Mello acredita que o único caminho é a punição dos responsáveis. “Espero que os assassinos sejam devidamente punidos. Que essas pessoas do júri tenham coragem de fazer justiça, de colocar efetivamente o mandante, junto com quem a executou, na cadeia”, afirmou.

Diante da demora, uma mobilização tomou conta das ruas de Maceió. Foram distribuídos panfletos pedindo a pena dos envolvidos. Para Mello, a reação proporciona tranquilidade ao júri. “Toda manifestação, seja da imprensa, de populares e da sociedade, vem fazer com que os jurados tenham mais conforto, mais coragem para efetivamente fazer justiça.”

De acordo com Vanderlei Macris, os parlamentares precisam alterar a lei e acabar com essa morosidade do Judiciário. “Buscar alternativa para agilizar as demandas. O maior problema de uma nação é quando as decisões da Justiça demoram. Isso transmite um sentido de impunidade muito grande”, argumentou.

O CRIME

O ex-deputado Talvane Albuquerque (ex-PTN) é acusado pelo Ministério Público Federal de ser o mandante do crime, no caso conhecido como “chacina da Gruta”. O crime aconteceu em 16 de dezembro de 1998. A médica Ceci Cunha iria comemorar a sua eleição quando foi assassinada com um tiro na nuca. Outras três pessoas também foram mortas, entre elas o marido da deputada eleita, Juvenal Cunha.

O Julgamento do crime, que vai a júri popular a partir desta segunda-feira, será transmitido ao vivo pela rádio Educativa FM de Arapiraca e pela rádio Difusora AM, e é aberto ao público e a imprensa. O julgamento também será transsmitido ao vivo, online, pelo site da Justiça Federal http://www.jfal.jus.br/julgamento e por telão em espaço reservado no fórum da Justiça Federal, para quem não conseguir uma das 350 vagas no auditório em que ocorrerá o julgamento.