FUTEBOL

Criação da Série E do Brasileiro resolveria vários problemas

Por Agência Brasil 04/01/2022 - 14:45

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CBF
Falta de calendário anual prejudica vários clubes brasileiros
Falta de calendário anual prejudica vários clubes brasileiros

A falta de calendário anual é uma reclamação constante de diversos clubes de futebol espalhados pelo Brasil. A situação é tão constrangedora e aflitiva que, após os Estaduais, dezenas de times fecham as portas no segundo semestre de cada ano. Vários jogadores, treinadores, preparadores físicos e de goleiros, massagistas, roupeiros, entre outros profissionais, ficam desempregados. No máximo, algumas equipes deixam apenas as categorias de base ativas. 

As competições nacionais atuais deixam de fora vários clubes de tradição de todo Brasil. Na Série A, ou Primeira Divisão, temos 20 participantes. O mesmo acontece nas Série B e C, com 20 equipes em cada uma. São 60 times nas três principais divisões do Campeonato Brasileiro, com mais 64 correndo atrás do título da Série D, ou Quarta e última divisão.

Acontece que, apesar de termos 124 clubes participando das quatro divisões do futebol brasileiro, temos outras dezenas de equipes que também gostariam de ter calendário anual. E a nova competição poderia abrir a possibilidade de os interessados se inscreverem na entidade. A CBF criaria a competição, que poderia ser regionalizada para ficar mais viável e rentável, colocando em prática a Série E do Campeonato Brasileiro, e analisaria os pedidos de inscrição respeitando o ranking nacional de clubes.

 No Paulistão, ou seja, na Primeira Divisão, dos 16 clubes participantes, apenas o Água Santa, da cidade de Diadema, não disputa nenhuma divisão do Brasileiro. E gostaria de disputar. Tem estádio, estrutura, trabalha bem nas categorias de base e adoraria ser convidado para participar da Série E do Brasileiro.

Porém, essa situação não fica restrita ao Água Santa, provavelmente um clube desconhecido do grande público. Vamos falar da tradicional Portuguesa, a Lusa do Canindé, vice-campeã brasileira de 96, que fica na capital de São Paulo. Ou até mesmo do também tradicional Juventus, da Mooca. A dupla está sem calendário nacional. O mesmo se aplica ao São Caetano, que já foi vice-campeão da Libertadores. Tem ainda o Paulista, de Jundiaí, que já foi campeão da Copa do Brasil. Sem contar XV de Piracicaba, São Bento, São José, Marília, Noroeste e Comercial, de Ribeirão Preto, entre outros.

A falta de calendário nacional não fica restrita ao futebol paulista, onde geralmente nas quatro divisões dos seus estaduais temos a participação de quase 90 clubes. Podemos espalhar essa situação para outros estados. Por exemplo, em Minais Gerais o Boa Esporte, de Varginha, e o Uberlândia, entre outros clubes de muita tradição, estão sem calendário nacional em 2022.

Em Santa Catarina, o Joinville, que fez brilhante Série D em 2021 (chegando à reta final da competição), neste ano não tem calendário nacional, e gostaria de estar em ação no segundo semestre. Da mesma forma que equipes como o Gama, do Distrito Federal, o Luverdense, do Mato Grosso, o Treze, da Paraíba, e o Imperatriz, do Maranhão.

No Rio de Janeiro outros bons exemplos de clubes sem calendário anual existem aos montes, como os tradicionais Bangu e América, que certamente gostariam de disputar a Série E do Campeonato Brasileiro e festejariam não fecharem as portas no segundo semestre. O mesmo se aplica a Boavista, Madureira, Audax Rio, Resende, que, se consultados, provavelmente também teriam interesse na competição.

A falta de um calendário anual para diversos clubes do futebol brasileiro resulta em perdas financeiras. Além disso, deixa vários jogadores e outros profissionais que vivem do futebol desempregados, com vários estádios inativos e muitas vezes sem eventos esportivos em muitas cidades. Os times, claro, têm interesse na criação da Série E do Campeonato Brasileiro.

A CBF conhece o assunto a fundo e esboçou, em um passado recente, a possibilidade de organizar uma nova competição nacional. Porém, as providências não foram tomadas e tudo caiu no esquecimento, principalmente após a chegada da pandemia do novo coronavírus (covid-19). Que o tema da Série E do Campeonato Brasileiro volte à tona, com os clubes reivindicando novos estudos, e a competição saia do papel o quanto antes. O futebol agradece, principalmente por parte das torcidas que passam a maior parte do ano sem comparecerem aos estádios para curtirem seus times do coração.


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