MARIVANA OLIVEIRA

Alagoana prata no arremesso de peso em Tóquio não andava até os 7 anos

Por Bruno Fernandes 18/09/2021 - 11:29

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ALE CABRAL-CPB
Marivana exibe medalha de prata conquistada em Tóquio
Marivana exibe medalha de prata conquistada em Tóquio

Até os 7 anos de idade, Marivana Oliveira não sabia se conseguiria andar alguma vez na vida, imagina se tornar medalhista paraolímpica. Diagnosticada com paralisia cerebral logo após o nascimento, ela só conseguiu dar os primeiros passos, com dificuldade, depois que a família pôde custear uma cirurgia.

A atleta conta que se sentia excluída das brincadeiras mais comuns durante seu período na escola e sempre se questionava porque não era como as outras crianças. Passando férias em Maceió, onde nasceu, hoje ela ostenta para vizinhos e amigos as duas medalhas paraolímpicas que ganhou ao longo de sua carreira no lançamento de peso, um bronze na Rio 2016 e a mais recente, uma prata em Tóquio, que também marcou sua melhor pontuação na carreira olímpica.

Antes disso, porém, só queria usar o esporte para viajar pelo país e estar com seus semelhantes. “Sempre perguntava para Deus porque eu era deficiente e quando comecei a conviver com outras pessoas eu vi que não tinha nenhum problema comigo e hoje, estou bem com isso. Foi daí que comecei a tomar gosto”, contou a atleta numa entrevista exclusiva ao EXTRA.

Ainda segundo Marivana, foi meio difícil de entender inicialmente como funcionava o esporte para pessoas com deficiência, pouco divulgado e apoiado no Brasil, principalmente em Alagoas. Marivana passou a competir nas provas de campo em 2007 e, três anos depois, mudou-se para o Rio de Janeiro para se dedicar ao esporte.

A recompensa veio nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, quando conquistou a medalha de bronze no arremesso do peso. Daí em diante, não parou mais, mas isso não quer dizer que as dificuldades sumiram.

“Essa medalha de prata conquistada lá no Japão tem um gosto diferente. Depois de passar minha vida toda em Maceió e depois ter precisado começar no Rio de Janeiro, tive que recomeçar mais uma vez em São Paulo, em 2018, para conseguir estar preparada para os jogos do Japão. Tive que deixar tudo no Rio de Janeiro para treinar lá. Meu esposo, que é carioca, também sentiu dificuldade em se adaptar porque lá ninguém vive, as pessoas só trabalham”, explica a atleta.

Confira a matéria na íntegra na edição do EXTRA, nas bancas!


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