DADOS ALTERADOS

Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga time alagoano por fraudes na CBF

Por Redação com GE 24/06/2021 - 14:02
Atualização: 24/06/2021 - 14:12

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Foto: Divulgação
Santa Rita pertence aos familiares de Gustavo Feijó, vice-presidente da CBF
Santa Rita pertence aos familiares de Gustavo Feijó, vice-presidente da CBF

Uma investigação da Delegacia de Defraudações do Rio de Janeiro coloca em suspeita a segurança do sistema de registros de jogadores da CBF, o BID, e aponta para supostas fraudes praticadas pelo time alagoano Santa Rita, de Boca da Mata.

De acordo com informações do portal Globo Esporte, o informe feito pela investigação revelam uma perícia realizada pelo Departamento de Polícia Técnico-Científico da Chefia da Polícia Civil que concluiu que "o sistema da CBF pode ter dados apagados e alterados".

Essa informação consta de um documento produzido há três semanas, no dia 6 de junho, pelo inspetor Roberto Nogueira Alves. O documento revela que desde 2016, o Palmácia, clube licenciado da Federação Cearense, quer receber uma indenização de 6 milhões de euros pela transferência do jogador Bismark para o Najran, da Arábia Saudita.

Porém, antes da transferência, houve uma decisão judicial que suspendeu o contrato do jogador, que terminaria em 2018. Advogados do Palmácia alegam que a suspensão do contrato não significava sua rescisão.

Na decisão, de 8 de janeiro de 2016, o juiz Jasiel Ivo, da 9ª Vara do Trabalho de Maceió, suspendeu o contrato e negou o pedido do atleta para ter condição de jogo no BID.

Na ocasião, Bismark pediu a suspensão do contrato alegando que o clube cearense não recolheu o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) em 2015 e que havia recebido uma proposta de trabalho de um time local. Depois dessa decisão, Bismark assinou um contrato com o Santa Rita, clube de Alagoas que pertence aos familiares de Gustavo Feijó, um dos oito vice-presidentes da CBF.

O Santa Rita é investigado pela Delegacia de Defraudações do Rio de Janeiro por ter servido de ponte para a saída de Bismark para o exterior. O jogador nunca defendeu o clube, que é apontado no BID da CBF como o repassador do atleta para o exterior. A negociação rendeu 120 mil dólares (R$ 485 mil na cotação da época) para o time de Alagoas.

Os advogados do Palmácia alegam que houve adulteração ilegal no sistema da CBF para permitir a transferência do atleta do Santa Rita para o Najran, da Arabia Saudita. A delegacia apura se há indícios de fraude, estelionato, falsidade ideológica, tráfico de influência e aliciamento de atleta no caso.

Em nota, a CBF nega a possibilidade de fraude no BID (Boletim Informativo Diário) e contesta o documento da Polícia Civil do Rio. De acordo com a entidade, o informe da Delegacia de Defraudações parte de premissa equivocada.

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