CULTURA

Rodrigo Santoro critica 'criminalização' da classe artística: 'Ódio e agressões'

Por Com Agências 04/07/2022 - 20:22

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Reprodução/Instagram@rodrigosantoro
Rodrigo Santoro falou sobre o momento cultural do Brasil
Rodrigo Santoro falou sobre o momento cultural do Brasil

Em entrevista ao O Globo, o ator Rodrigo Santoro criticou o movimento de "criminalização" da classe artística e reforçou a importância do incentivo à cultura. 

"A cultura determina quem nós somos, é a identidade de um povo, é formadora do tecido social. E a forma como ela é tratada diz muito sobre o momento que vivemos. Este esvaziamento de propostas, falta de incentivos, de políticas públicas… A arte é um ofício, e muitas pessoas se sustentam a partir dela. Os mecanismos de fomento, como as leis de incentivo, permitem que profissionais do país inteiro possam trabalhar. Claro que é fundamental a fiscalização, mas é importante lembrar que a indústria cultural brasileira movimenta bilhões e gera muitos empregos e impostos", avaliou.

Quando Santoro começou a atuar, há quase 30 anos, a cultura brasileira ainda sofria com o desmonte da Era Collor — na época, o então presidente transformou o Ministério da Cultura em uma Secretaria Especial. Hoje em dia, o ator vê semelhanças do período com o atual cenário político e social do país.

Sua carreira internacional, que se expande em breve com a estreia da série espanhola da Amazon "Sem Limites", Rodrigo contou que recusou muitos papéis de latino-americanos caricatos.

"Naquela época, os personagens eram muito estereotipados, e deixei de fazer vários. É que, como eu não botei a mochila nas costas e falei "vou para Hollywood fazer uma carreira", pude recusar sem sofrer. Nem pensava em trabalhar fora", disse.

O trabalho mais recente do ator estreia na próxima sexta-feira (8). Santoro é o protagonista da série "Sem Limites", que conta a história de Fernão de Magalhães, o navegador que comandou a primeira volta ao mundo da história — coincidindo com a celebração do 500º aniversário da expedição.


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