Sweet Nordeste

Músicos nordestinos realizam apresentações na Europa

Por Jorge Oliveira - Colunista do EXTRA 18/10/2019 - 10:08
Atualização: 18/10/2019 - 10:18

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Divulgação
Jorge Oliveira, Junior Maceió, Pitomba e Ventura
Jorge Oliveira, Junior Maceió, Pitomba e Ventura

A fórmula parece simples. Eu disse parece, mas só é simples porque está carregada do talento de três músicos que se consagram na Europa pela criatividade e a ousadia de levar aos ouvidos dos europeus melodias nordestinas carregadas de sotaque e de pura raiz regional misturadas (imagine!) com os mais conhecidos compositores eruditos que vão desde Chopin, Mozart, Bach, Beethoven e tantos outros gênios da música clássica.

Quero apresentar-lhe aqui os nomes desses três artistas que vão revolucionar a música pelas bandas das europas: no piano João Ventura, de Sergipe, no saxofone Júnior de Maceió (Santa Luzia do Norte) e na bateria Pitomba (Rogério), do Rio Grande do Norte. 

Na sua primeira apresentação no Espaço Espelho d’Água, em Belém, Lisboa, o trio que passou a se chamar Sweet Nordeste foi aplaudido de pé pelo público que lotou o local para assistir um show brilhante desses nordestinos arretados que arrebentam cantando e misturando música clássica com os clássicos regionais nordestinos num assombro de criatividade.

Ah, antes que eu esqueça. O talento desse sergipano João Ventura levou-o a um conserto no Metropolitan Museum of Art, em Nova York, acompanhando a Madonna no piano em um contraponto que fez da música Aleluia que virou clipe e pode ser visto nas redes sociais pelos fãs de ambos os artistas. Agora, junto com os dois amigos nordestinos, o trio já tem agenda cheia para apresentações em vários países da Europa.

Vale a pena escrever aqui sobre cada um desses nordestinos que vão chamar a atenção do mundo pela originalidade em misturar ritmos tão diferentes, mas de uma musicalidade que tem deixado a plateia em êxtase. Com vocês:

No piano

João Ventura é um cara boa praça, sorridente, meigo, que foge um pouco do bio típico do nordestino pela sua galeguice, olhos azuis, cabelos encaracolados e um jeito descolado. Aos nove anos já dedilhava o piano com músicas eruditas e aos quinze já cantava como gente grande, tocava violão e fazia as próprias composições. Já rapazinho fez graduação e mestrado na Universidade Federal da Bahia e atualmente cursa o doutoramento em piano em Lisboa na UNL. Seus divulgadores falam sobre ele: “João mescla as correntes erudita e popular, aprimorando dia após dia sua musicalidade. Neste contexto criou o projeto Contraponto, onde promove fusões entre as duas correntes. Além disso, João é um pianista de música popular”. Recentemente, como disse lá em cima, foi descoberto pela Madonna.

No sax

Júnior Maceió é um talentoso saxofonista que está em Portugal há um ano e meio. Não só é um músico excelente como também dono de um gingado brasileiríssimo que leva a plateia ao delírio. É outro artista primoroso que deixou a sua terra para abrir o mercado europeu, principalmente para a música nordestina. Leia o que dizem seus divulgadores: “Com mais de vinte anos de carreira, é um instrumentista apaixonado pelo saxofone. Estudou música desde os onze anos de idade com o maestro Euclides Moreira. Após dois anos de aprendizado já tocava nas orquestras de frevo de Maceió. Já se apresentou no Festival de Montreux, na Suíça. Em estúdios já gravou com Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Cláudia Leite e tantos outros artistas”.

Na bateria

Rogério Pitomba, ao contrário dos dois amigos, é um pouco acanhado, parece preferir a discrição, mas é um gigante na bateria, capaz de levantar a plateia quando sola com aquele monte de instrumentos. É de Natal, conhecido pela versatilidade e o estilo de tocar misturando ritmos de formas jazzística. Já se apresentou entre outros com Roberto Menescal, Leila Pinheiro, Valéria Oliveira, Pepeu Gomes, Chico Pinheiro, Joyce Moreno. Ganhou em primeiro lugar o Batuka Brasil 2013!, principal festival de bateria do Brasil. Pitomba, a exemplo dos dois parceiros, também mora em Lisboa, e traz na bagagem seus CDs originais instrumentais.

Apresentações

Os três músicos se conheceram em Portugal. Os encontros casuais em shows individuais em casas de espetáculo lusitanos levaram-nos à ideia de criar uma banda que se dedicasse a divulgar principalmente a música nordestina. E foi assim que surgiu o Sweet Nordeste, cuja primeira apresentação, coroada de êxito, aconteceu no Espaço Espelho d’Água numa noite memorável de resgate das grandes músicas do Nordeste de onde os três vieram para o sucesso internacional.

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