COVID-19

Anvisa forma maioria para liberar Coronavac a crianças de 3 a 5 anos

Por Estadão Conteúdo 13/07/2022 - 20:25
Atualização: 13/07/2022 - 20:35

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Agência Brasil
Governo de AL informou que aguardar nota oficial do MS com orientações para aplicação da vacina
Governo de AL informou que aguardar nota oficial do MS com orientações para aplicação da vacina

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) formou maioria nesta quarta-feira, 13, para liberar a aplicação da vacina Coronavac, contra a covid-19, em crianças de 3 a 5 anos de idade que não sejam imunocomprometidas. O Governo de Alagoas informou que aguardar nota oficial do Ministério da Saúde com orientações para a vacinação dessa faixa-etária.

Até as 18h38, quatro votos já haviam sido proferidos: das diretoras Meiruze Freitas e Cristiane Jourdan e dos diretores Rômison Mota e Alex Machado Campos, favoráveis à liberação da vacina para a faixa etária de 3 a 5 anos. Outros dois diretores ainda devem se manifestar. 

A Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, já está aprovada para crianças e adolescentes de 6 a 17 anos no Brasil. A reunião com a diretoria da Anvisa está sendo realizada desde as 14h30 e transmitida no canal da agência no YouTube.

Quando o uso da Coronavac foi autorizado para crianças acima de 6 anos, em janeiro, o Butantan pleiteava a liberação a partir dos 3 anos de idade. A Anvisa, no entanto, avaliou naquela época que os dados apresentados pelo Butantan ainda eram insuficientes para liberar o uso em crianças mais novas.

Agora, segundo o gerente-geral de medicamentos e produtos biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes, dados mais atualizados foram apresentados. A avaliação técnica levou em consideração uma série de estudos e pareceres. Entre eles, um estudo de efetividade realizado no Chile que mostrou 55,06% de efetividade da Coronavac na prevenção de hospitalização de crianças de 3 a 5 anos.

Outra pesquisa multicêntrica, realizada no Chile, Malásia, Filipinas, Turquia e África do Sul, também foi apresentada por Mendes. O estudo tem resultados preliminares ainda, mas indicam eficácia da Coronavac para crianças. Além disso, a vacina também apresenta baixo volume de reações adversas para a faixa etária pediátrica.

A sugestão da área técnica é para que a aplicação da Coronavac ocorra em crianças de 3 a 5 anos que não sejam imunocomprometidas (como crianças em tratamento para câncer ou transplantadas). A dosagem para essa faixa etária deve ser a mesma da de adultos e o intervalo entre as doses, de 28 dias.

Para a elaboração do parecer técnico, foram consultadas sociedades médicas e pesquisadores ligados ao projeto de pesquisa Curumim, que testa a eficácia da Coronavac em crianças e adolescentes. A pesquisa é realizada pelo Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes, da Universidade Federal do Espírito Santo, com apoio da Fiocruz, do Instituto Butantan e da Secretaria de Saúde do Estado do Espírito Santo.

A vacinação de crianças é vista por sociedades médicas como uma estratégia importante para evitar quadros graves de covid-19 nesta faixa etária. Levantamento realizado pelo Observatório da Primeira Infância, da Fiocruz, identificou a morte de duas crianças menores de cinco anos pela covid-19 por dia no Brasil, desde o início da pandemia. Nos últimos meses, grupos de pais organizados nas redes sociais vêm cobrando celeridade para a aprovação da vacina.

A vacinação de crianças menores de 5 anos já ocorre em outros países, como os Estados Unidos, que liberaram o uso emergencial das vacinas da Moderna e da Pfizer em bebês a partir de 6 meses de idade. No Chile, a Coronavac é aplicada desde dezembro do ano passado em crianças a partir de 3 anos. China e Hong Kong também aplicam a Coronavac em crianças menores de cinco anos.


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