CPI DA COVID-19

Senador Aziz evita contato com Renan Calheiros após vazamento de relatório

Presidente da comissão decidiu adiar em uma semana a votação do documento
Por Redação com Estadão Conteúdo 19/10/2021 - 13:55
Atualização: 19/10/2021 - 14:14

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Edilson Rodrigues/Agência Senado
Omar Aziz e Renan Calheiros são presidente e relator da CPI
Omar Aziz e Renan Calheiros são presidente e relator da CPI

As divergências em relação ao relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, divulgado pela imprensa, no domingo, 17, colocou os senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL), em pé de guerra, revelou o jornal Estadão nesta terça-feira, 19.

Segundo o jornal, os dois são os principais senadores do chamado "G-7", grupo dos sete senadores integrantes da comissão que investiga a atuação do governo federal na pandemia e que ditam os rumos do colegiado.

Por causa das desavenças, a tradicional reunião semanal que o grupo faz às segundas-feiras para discutir as atividades da comissão não aconteceu. Renan também tinha convidado os colegas para debater o parecer em seu gabinete no Senado, mas o compromisso também foi cancelado.

"Vamos esperar um pouco. Ter uma reunião não seria bom. Está todo mundo de cabeça quente, não seria bom. Não é o momento de lavar roupa suja, é o momento de esperar o relatório, ler, equilibrar e a gente ver o que tem que colocar a mais no relatório", afirmou Aziz ao Estadão.

O atrito começou após vazamento do relatório final de Renan Calheiros. Após a publicação, o presidente da comissão decidiu adiar em uma semana a votação do documento.

Um dos pontos que levaram ao adiamento, de acordo com fontes ouvidas pela reportagem, é a decisão de Renan Calheiros, de indiciar o presidente Jair Bolsonaro por homicídio qualificado.

Também há divergências entre integrantes do grupo majoritário sobre a acusação de "genocídio indígena" na pandemia, crime que pode levar o governo a ser julgado em tribunais internacionais.

O relatório final acusa, além do presidente, o secretário especial de Saúde Indígena, Robson Santos da Silva. O presidente da CPI disse ao Estadão que indígenas foram vacinados e não vê motivo para indiciar o secretário, que nem sequer foi ouvido pela comissão.

Mais cedo,em entrevista ao Jornal da CBN o senador Otto Alencar, que também integra a CPI da Covid, afirmou que as divergências em torno do relatório de Renan Calheiros no G7, o grupo majoritário de senadores do colegiado, serão resolvidas. Ele destacou que os parlamentares vão manter a unidade mesmo com a pressão do governo.

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