TRATAMENTO

Pesquisadores criam remédios para combater Covid-19

Por Agência Brasil 12/12/2020 - 20:11

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Reuters
Meta é que os medicamentos a serem desenvolvidos sejam mais eficientes
Meta é que os medicamentos a serem desenvolvidos sejam mais eficientes

Pesquisadores do Instituto Alberto Luiz Coimbra, de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), estão desenvolvendo nanopartículas que sirvam para medicamentos que possam combater os sintomas e os malefícios causados pela Covid-19.

“A ideia é aumentar a absorção de alguns medicamentos pelo organismo e a disponibilidade para que haja maior eficiência durante o uso visando combater, principalmente, os sintomas”, disse o coordenador do projeto, professor José Carlos Pinto, do Programa de Engenharia Química (PEQ) da Coppe.


Destacou que há atualmente muitas atividades relacionadas ao desenvolvimento dos retrovirais e, inclusive, expectativa de que alguns tratamentos com retrovirais, em um futuro próximo, sejam utilizados. Nesse caso, a tecnologia que se encontra em desenvolvimento pela Coppe poderia ser também utilizada para embarcar esses retrovirais, acentuou.

Ele confirmou que a meta é que os medicamentos a serem desenvolvidos possam ser mais eficientes, dando maior segurança no tratamento contra o novo coronavírus, porque, às vezes, é necessário tomar uma carga de antibióticos elevada que, de certa maneira, agride o organismo do ponto de vista da absorção, em particular os remédios que são tomados via oral.

“Eles agridem o aparelho digestivo. Então, quando vão protegidos por uma espécie de bolinha, o remédio não necessariamente tem contato com as células do estômago. Aí, eles são absorvidos de maneira mais eficiente e de forma também menos agressiva”, afirmou.

Potencialização


Revestidos por nanopartículas feitas de polímero biocompatível (as chamadas bolinhas), esses fármacos poderão ter sua atuação potencializada e seus efeitos adversos e contraindicações reduzidos, o que facilitará o tratamento médico e a reabilitação de pacientes.

O projeto, que conta com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), possibilitará o desenvolvimento de medicamentos antivirais mais eficientes e seguros contra o coronavírus.

O professor da Coppe/UFRJ relatou que o grupo de pesquisadores vem trabalhando no sentido de que essas bolinhas sejam inteligentes.

“A gente faz um trabalho de funcionalização. A gente cobre a bolinha com um determinado biocomposto, com uma molécula ou com um agente ativo, como um anticorpo, por exemplo, para que possa fazer a entrega específica para as células que estão afetadas com a doença. Isso possibilita um aumento grande da eficiência, porque é como se as células que estão doentes acabassem absorvendo mais essas bolinhas, que são marcadas com compostos reconhecidos pelas células doentes. Isso também aumenta a eficiência da terapia, porque você entrega um medicamento à célula que mais precisa dele, que é a célula doente, ao invés de espalhar ele pelo organismo”, explicou o professor.

Finalidade


O objetivo é a produção de nanopartículas poliméricas biocompatíveis contendo diferentes fármacos, em especial aqueles que apresentam potencial farmacológico no combate ao Sars-Cov-2, por meio de uma técnica que seja fácil de reproduzir e de produzir em grande escala. O projeto já desenvolveu algumas soluções.

Uma delas inclui a azitromicina, que é um antibiótico que vem sendo muito usado no tratamento da Covid, por ele auxiliar a combater, em particular, as infecções no pulmão.


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