PANDEMIA

Estudo liderado pela OMS afirma ineficácia de 4 antivirais contra a Covid-19

Por Reuters/G1 17/10/2020 - 07:19
Atualização: 17/10/2020 - 08:02

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Agência Brasil
Estudo foi realizado em 405 hospitais e com 11.266 pacientes
Estudo foi realizado em 405 hospitais e com 11.266 pacientes

O "Solidarity Therapeutics Trial", estudo liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em mais de 30 países, apresentou os resultados em uma pré-publicação nesta semana. A pesquisa, que aguarda a aprovação de revistas científicas e revisão por outros especialistas, afirma que quatro antivirais utilizados contra a Covid-19 são ineficazes: remdesivir, hidroxicloroquina, lopinavir/ritonavir (combinação) e interferon beta-1a.

O "Solidarity" é um estudo global com mais de 30 países, feito em 405 hospitais. É um ensaio randomizado, padrão ouro, que tem os mais rígidos padrões para coleta de evidências científicas. Participaram do estudo 11.266 adultos: 2.750 tomaram remdesivir; 954, hidroxicloroquina; 1.411, lopinavir; 651, interferon mais lopinavir, 1.412, apenas Interferon; e 4.088 fizeram parte do grupo controle, que não recebeu os medicamentos.

Resultado: 1.253 mortes foram relatadas durante a pesquisa. As evidências apontam que os medicamentos desempenharam pouco ou nenhum papel na redução da mortalidade ou tempo de internação da Covid-19. De acordo com a OMS, mesmo que o ensaio ainda precise da análise de outros cientistas, ele já produziu "evidências conclusivas" sobre os medicamentos.

Na segunda-feira (12), o diretor de emergências da OMS, Michael Ryan, afirmou que dados recentes mostram estabilização e queda dos casos de Covid-19 no Brasil, mas ele alertou que essa tendência ocorre a partir de números "muito, muito altos". Na última semana, o Brasil passou das 150 mil mortes causadas pelo novo coronavírus e ainda bateu os 5 milhões de casos de Covid. Apesar dos números altos, a média móvel de mortes ficou abaixo de 600 pela primeira vez desde maio, segundo o consórcio de veículos de imprensa.

O chefe de emergências lembrou que o Brasil é um país de proporções continentais e as autoridades locais precisam estar atentas. "Dizer que a doença está caindo no Brasil é uma coisa positiva", disse Ryan."(Mas) deve haver um alto índice de desconfiança conforme os números (gerais) caem para garantir que sejam detectadas áreas em que eles possam estar aumentando", disse o diretor de emergências da OMS.


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