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Coronavírus infecta 560 médicos e deixa 12 óbitos em Alagoas

Por Sinmed 23/09/2020 - 18:21

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Agência Brasil
Sinmed diz que pandemia deixou um luto sem precedente entre profissionais da saúde
Sinmed diz que pandemia deixou um luto sem precedente entre profissionais da saúde

“Este ano, o 18 de outubro – Dia do Médico, será atípico. Mais do que um minuto de silêncio, teremos 24 horas sem ecos festivos, sem aglomeração, sem brindes. Será regado a saudade dos colegas falecidos, homenagens aos sobreviventes e também homenagens póstumas.”

É o que afirma o presidente do Sinmed, Dr. Marcos Holanda, revelando que a pandemia deixou um luto sem precedente, e que a dor não vai passar rápido. Até agora o saldo é de 560 médicos positivados, dos quais 12 foram a óbito, segundo levantamento feito pelo Sinmed, e confirmado junto ao setor de estatística de causa mortis de Alagoas, e setor de controle numérico de infectados pela COVID-19.

De acordo com o Dr Marcos Holanda, a pandemia confirmou a fidelidade da classe médica ao ofício de servir à medicina, lutar pela vida, prestar assistência incondicional, tratar e promover a cura dos pacientes. “Fizemos isso com bravura, enfrentando condições adversas. No contato com os pacientes, adoecemos, infectamos nossa família, perdemos vidas, mas também salvamos a maioria dos doentes. Nessa missão, alguns colegas perderam a própria vida. Cumprimos com louvor nosso papel. Somos merecedores de respeito, dignidade, aplausos”, disse, lamentando a ausência desse entendimento por parte dos gestores.

O enfrentamento da COVID-19 foi um desafio histórico para todo mundo, como avalia o presidente do Sinmed, lembrando que tudo foi novidade, tanto para os governantes, como para a ciência, os médicos, a população. “A classe médica deu o seu melhor, mesmo contando com equipamentos de proteção incipientes, inadequados. Infelizmente até num momento difícil como o da pandemia, ainda tivemos que travar lutas judiciais, paralelamente. Foi preciso entrar com ação na justiça por EPIs de qualidade, por exemplo”, desabafou o médico e sindicalista.

Ele acrescenta que os embates ocorreram principalmente no âmbito da gestão da Secretaria de Saúde de Maceió, mas a classe médica superou. “Vencemos as dificuldades, estamos bem, o que é motivo de gratidão. Aprendemos muito. A principal lição é a de que a vida é nosso maior bem. Não se deve minimizar esforços para preservá-la, honrá-la, cuidar dela com qualidade, amor, dedicação, respeito individual e coletivo”, concluiu, justificando que diante da situação, neste ano de 2020, diferente dos demais, não haverá festa no Dia do Médico.

Entretanto, a data será lembrada com homenagem virtual a toda classe médica pelo heroísmo do enfrentamento da pandemia da COVID-19. Vamos saudar a nós mesmos, sobreviventes, e de modo especial, aos que se foram (in memorian). Faremos eventos à distância que podem ser acompanhados por todos, em ambiente seguro, inclusive compartilhado pelos familiares. A programação ainda está sendo definida, mas adianto que haverá um culto ecumênico realizado por todas as entidade médicas de Alagoas. Aliás, será assim nas demais unidades da federação, seguindo o protocolo de segurança do novo normal.

Sobre a estatística da COVID em Alagoas o presidente do Sinmed disse que esperava um número menor de vítimas. Ele disse reconhecer que o Estado conseguiu estruturar uma rede de atendimento razoável, ampliou as equipes de atendimento e, apesar das dificuldades, a situação ficou sob controle, mas ninguém deve negligenciar com as medidas de segurança, afinal, ainda não há vacina.


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