CORONAVÍRUS

Brasil quer mais prazo para decidir se integra aliança por vacina

Por UOL 18/09/2020 - 08:09

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Prazo para decidir se lidera à aliança internacional por vacina termina hoje
Prazo para decidir se lidera à aliança internacional por vacina termina hoje

Brasil quer mais tempo para decidir se vai ou não integrar uma aliança internacional de vacinas contra a covid-19 (Covax). O prazo para ingresso no grupo termina hoje.

Após reunião ontem à no Palácio do Planalto, representantes do Ministério da Saúde, da Casa Civil e do Itamaraty resolveram pedir mais prazo à Aliança Global de Vacinação (Gavi).

"O governo federal, assim como outros países, segue em tratativas junto à Aliança Global de Vacinação (Gavi) para a extensão do prazo para a formalização da participação do Brasil na iniciativa", diz uma nota distribuída pelo Ministério das Comunicações.

O Itamaraty já teria procurado a Gavi pedindo mudança na data da decisão. O Ministério das Relações Exteriores não prestou esclarecimentos sobre o tema. "O governo federal estuda criteriosamente a participação do Brasil na Covax Facility, iniciativa inédita que visa à aquisição de vacina dentre ao menos nove opções em análise clínica", informou o Ministério das Comunicações.

O governo afirma que precisa de mais informações sobre as vacinas contra o coronavírus. Como mostrou o colunista do UOL Jamil Chade, a hesitação do Brasil é seguida por outros países. Os motivos incluem a falta de flexibilidade no sistema de compra de vacinas, o preço delas, a falta de transferência de tecnologia, a baixa adesão de outros países e o fato de o Brasil já ter fechado um acordo à parte para ter a vacina produzida sob supervisão da Universidade de Oxford, na Inglaterra, e da indústria farmacêutica Astra Zeneca. 

As regras também estipulam que os países emergentes, como o Brasil, têm que pagar pela vacina dentro do consórcio e que apenas cerca de 70 países mais pobres do mundo teriam acesso gratuito. Na prática, portanto, por ser um dos países com maior população e por ser um país de renda média, o Brasil seria um dos Estados que mais pagariam para fazer parte da aliança, sem o benefício de ter o controle sobre as vacinas e nem transferência de tecnologia. 

Nesta quinta, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que mais de 170 países já aderiram à Covax.



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