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Flexibilização vai causar efeito bumerangue em Maceió, alerta Comitê

Por José Fernando Martins 02/07/2020 - 19:47
Atualização: 02/07/2020 - 20:11

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Divulgação
Centro de Maceió
Centro de Maceió

A decisão dos governos estadual e municipal de flexibilizar o isolamento social em Maceió vai na contramão do recomendado pelo Comitê Científico de Combate ao Coronavírus, do Consórcio Nordeste. A partir desta sexta-feira, 3, Maceió entra na fase laranja que possibilita o funcionamento, com restrições, de comércios, templos religiosos, salões beleza e barbearias. 

Em entrevista à TV Pajuçara, o prefeito de Maceió Rui Palmeira informou que a orla e as praias da capital também serão liberadas, desde que não haja aglomerações. Porém, para o Comitê, Maceió corre o risco de sofrer o chamado "efeito bumerangue". O alerta, publicado no boletim 9, divulgado nesta quinta-feira, 2, também vale para as outras capitais nordestinas. 

Conforme o documento, parâmetros indicam que Alagoas pode enfrentar um efeito bumerangue de grande monta, em que casos graves provenientes do interior levam a uma sobrecarga ou mesmo colapso do sistema hospitalar de Maceió. "O suporte a esta tese provém da observação que, no dia 29 de junho de 2020, os cinco maiores potenciais surtos de Alagoas se situam no interior do estado, nos municípios de Delmiro Gouveia, Girau do Ponciano, Palmeira dos Índios, Taquarana e União dos Palmares", explicou.

E frisou: "Alagoas está começando a sofrer com as consequências do efeito bumerangue. Desta forma, devido a alta taxa de ocupação de leitos de UTI, verificada nos últimos dias, este Comitê recomenda o lockdown da cidade de Maceió, que deveria incluir barreiras sanitárias e controle de tráfego de carros particulares e ônibus intermunicipais pelas principais rodovias que deixam a capital em direção ao interior do estado".

Apesar de ter apresentado um crescimento bem menor de casos e de óbitos, Maceió ultrapassou há vários dias o limite de ocupação máxima de leitos de UTI preconizado pelo comitê, que é de 80%. Informações preliminares indicaram que uma fração importante destas internações são de pacientes vindo do interior do estado. 

"Assim, dado o iminente risco de Maceió sofrer um grande acúmulo de casos provenientes do interior, este comitê recomenda a decretação de um lockdown na cidade, que incluiria o controle das rodovias que se dirigem ao interior do estado, ou a outros estados nordestinos (BR-101). Baseado em nossa análise de risco, não vemos a possibilidade de nenhuma flexibilização ser implementada, nem no interior, nem na capital de Alagoas neste momento", finalizou.

Confira o boletim na íntegra na galeria de arquivos


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