CORONAVÍRUS

Bancários trabalham expostos e denunciam aglomerações em agências

Por Tâmara Albuquerque 02/04/2020 - 10:45
Atualização: 02/04/2020 - 10:53

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Nos bancos, pontualmente, essa aglomeração é observada e preocupa a categoria
Nos bancos, pontualmente, essa aglomeração é observada e preocupa a categoria

O Sindicato dos Bancários em Alagoas denuncia a falta de equipamentos de proteção individual contra o novo Coronavírus para os trabalhadores que estão na linha de frente do atendimento ao público em serviços como os caixas e auxílio aos clientes em autoatendimento. Além de não distribuírem máscaras e luvas, as agências não estão disponibilizando álcool em gel, o que tem colocado a categoria em exposição ao patógeno.

Segundo o presidente do sindicato, Márcio dos Anjos, os representantes dos bancos alegam que o uso de máscara não seria apropriado e que o álcool em gel ainda não está disponível no mercado para compra em grande quantidade.

Na semana passada, o sindicato enviou ofício ao governador Renan Filho reivindicando a inclusão dos serviços bancários presenciais, exceto os considerados essenciais, entre as atividades suspensas pelo Decreto nº 69.541, cujo maior objetivo é evitar a aglomeração de pessoas. 

Nos bancos, pontualmente, essa aglomeração é observada e preocupa a categoria, segundo Márcio dos Anjos. Ele cita com grande preocupação as filas que se formam fora das agências e o aglomerado de pessoas nos autoatendimentos. O presidente sindical explica que essas filas tendem a aumentar com o pagamento de aposentadorias, pensões, salários, benefícios sociais e o auxílio emergencial aprovado pelo Congresso. “Daí a importância de manter o atendimento presencial apenas nos casos em que for inevitável e imprescindível”.^

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Na avaliação do sindicalista "não suspender as atividades e o atendimento presencial generalizado nas unidades bancárias pode significar uma imensa contribuição para a proliferação do novo Coronavírus, assim como o adoecimento de centenas de alagoanos, resultando no crescimento vertiginoso dos casos de contaminação, com sérias consequências para a vida das pessoas e o sistema de saúde pública". 

Márcio dos Anjos reclama da falta de fiscalização nas agências para evitar a aglomeração de clientes e diz que a execução da medida é uma obrigação do poder público. “Não cabe aos bancários organizar as filas, a entrada de pessoas nos caixas eletrônicos. Deveria ser uma preocupação do poder público”, enfatiza. Segundo ele, a maioria das pessoas que vão as agências bancárias teria opção de fazer esse atendimento por outros meios, evitando se expor ao contágio do Coronavírus. 

Como serviços essenciais, por exemplo, o presidente do sindicato cita o trabalho na compensação, desbloqueios de senhas e entrega de cartões e pagamentos de alguns auxílios. Os bancos reduziram o horário de atendimento ao público, que é realizado das 10 às 14 horas.

Fiscalização nos bancos

O Sindicato também encaminhou ofício ao Ministério Público do Trabalho e à Vigilância Sanitária Estadual solicitando fiscalização nas agências, bem como providências para acabar com as aglomerações e organizar o público no autoatendimento. "Temos observado que as orientações dos órgãos e autoridades de saúde não estão sendo seguidas. Em alguns bancos, quando as filas não se formam dentro das agências, elas são enormes e compactas fora das unidades, com os usuários enfrentando sol, chuva e grave risco de contaminação pelo Coronavírus", denuncia o presidente do Sindicato, Márcio dos Anjos.


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